Petrobrás fecha oito plataformas na Bacia de Campos

 

Nota do Sindipetro-NF à imprensa:

A Petrobrás informou na manhã de hoje, 16, o fechamento de mais duas plataformas na Bacia de Campos. Até o momento serão oito plataformas fechadas no total na região Norte Fluminense. Essa decisão da Petrobrás trará um impacto enorme na vida dos trabalhadores próprios e terceirizados.

Essas oito plataformas somam 1192 trabalhadores da Petrobrás (dados de agosto de 2017) e, por estimativa, 3,6 mil trabalhadores terceirizados.

Durante os últimos anos a Petrobrás vem reduzindo o número de trabalhadores na região da Bacia de Campos. Em 2014, havia 13 mil funcionários e em 2020 esse número caiu para 9 mil, uma redução de 30,7%. O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) estima que 51 mil trabalhadores terceirizados tenham perdido o emprego na Bacia de Campos desde 2014, por conta de uma grande quebra de contratos.

Como solução para a manutenção dos empregos, a diretoria do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) encaminhou uma carta à Petrobrás, propondo a adoção da escala de 14 dias de trabalho para 28 dias de folga para todos os trabalhadores. Com isso seria criado mais um grupo de trabalho para o pessoal Petrobrás, o que possibilitaria o aproveitamento dos trabalhadores que tiveram seu regime modificado e estão em terra, além de mais dois grupos para os terceirizados.

“O Sindipetro-NF vem denunciando desde 2016 o esvaziamento da Petrobrás e a redução da companhia na Bacia de Campos. Várias autoridades não nos deram ouvido e ficaram batendo palmas para essas administrações de Pedro Parente e Castello Branco, que diziam que iam investir milhões de dólares na região. O que vemos hoje é a Bacia de Campos num plano inferior no Plano de Negócios”, diz o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel.

Na visão de Rangel, a atitude de cortar 200 mil barris dia na sua produção e hibernar (paralisar) as plataformas beira à irresponsabilidade porque se esconde atrás da pandemia do coronavírus, bem como da briga geopolítica do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, que fez com que o preço do barril despencasse de 60 para 30 dólares o valor do barril. Pelos cálculos do INEEP [Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra] essa redução pode chegar a 300 mil barris dia.

A consequência disso para a região será uma queda acentuada na arrecadação dos royalties e a perda de empregos, não só no setor de óleo e gás, mas em toda cadeia produtiva e também no setor hoteleiro, comércio e afins. O que trará uma dificuldade adicional para os municípios.

Segundo o economista do Dieese, Iderley Colombini, a arrecadação dos municípios da Bacia de Campos em 2019 com royalties e participações especiais foi de R$ 2 bilhões. Com a redução da produção anunciada e a queda brusca dos preços internacionais do petróleo, a expectativa para 2020 é de uma arrecadação de R$ 830 milhões, uma redução de 60%.

Rangel faz um chamado urgente para que a Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo) pressione a empresa a mudar sua decisão. “Se faz urgente que a Ompetro chame a alta direção da Petrobrás e cobre que a empresa pare com essa ação e volte a investir na Bacia de Campos, porque temos certeza que temos muito petróleo para extrair e nossa região se desenvolver muito mais”, disse.


Contatos com a assessoria de comunicação do Sindipetro-NF:

Fernanda Viseu – (22)98802-5747

Vitor Menezes – (22) 99835-6432