A Petrobrás mentiu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) ao apresentar, nesta segunda-feira (25), evidências de abuso de direito à greve que teria sido cometido por dirigentes do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), durante a mobilização na porta da Refinaria de Paulínia (Replan). O Sindicato possui vídeo, áudio, imagens e testemunhas que comprovam as manobras mentirosas da companhia.
Em requerimento enviado ao ministro do TST Ives Gandra, informando sobre o descumprimento da liminar e requerendo a penhora das contas bancárias da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de seus sindicatos, a Petrobrás anexou prints de seis imagens de gravações do circuito interno da Replan, que mostram um pequeno tumulto envolvendo um petroleiro e diretores sindicais, na porta da refinaria. A empresa alegou que houve “abuso de direito em impedir o acesso do empregado que não pretendia aderir ao movimento paredista”.
A confusão realmente existiu na manhã de ontem (25) em frente à portaria, mas não da maneira relatada pela Petrobrás. Durante o movimento, os dirigentes do Sindicato se posicionaram na frente do portão de entrada de veículos, pois a estratégia era parar os ônibus fretados para conversar com os trabalhadores. O acesso de pedestres, entretanto, ficou liberado o tempo todo para a entrada dos funcionários, que não quisessem ficar no ato.
O problema ocorreu quando um petroleiro forçou sua entrada pelo acesso de veículos, o que não foi permitido – é importante esclarecer que toda a sistemática da mobilização na frente da refinaria foi combinada entre Sindicato, Petrobrás e Polícia Militar, que encontrava-se no local, para garantir a segurança.
O funcionário chegou a agredir um aposentado, diretor do Sindicato, e por várias vezes foi orientado a se dirigir ao portão de pedestres. Em nenhum momento, os dirigentes proibiram o petroleiro de entrar na empresa, como tentam induzir os advogados da Petrobrás.
“A empresa mentiu, porque a entrada estava garantida. Tanto é verdade, que vários trabalhadores já haviam entrado normalmente antes desse tumulto. O mais agravante é que essa declaração mentirosa foi um dos motivos que levaram o ministro do TST a executar a multa contra os sindicatos e a FUP”, afirma o diretor do Unificado Gustavo Marsaioli.
Confira vídeo, áudio e auto do processo, acessando o link:
Requerimento: https://sindipetrosp.org.br/documentos/2019/mobilizacao-2019/Requerimento-Petrobras.pdf
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jHS46dENHlo
[Via Sindipetro Unificado -SP]