Petrobrás descumpre acordo, demite grevistas e adota escala de 28×14

 

NF chama assembleias e indica manifesto que prevê retomada da greve.

O Sindipetro-NF convoca a categoria petroleira em caráter de urgência para que realize assembleias nas plataformas até esta segunda, 23, com o indicativo de aprovação do manifesto que segue abaixo.

O documento repudia ações unilaterais da gestão da Petrobrás tomadas nas últimas horas, incluindo mudança de escalas (para 28×14), suspensões e demissões de trabalhadores que participaram da greve de fevereiro – em descumprimento ao acordado no TST (Tribunal Superior do Trabalho) – e exige que a empresa reverta as atitudes autoritárias.

Se a Petrobrás não voltar atrás em suas medidas, o Sindipetro-NF indicará a retomada da greve, que havia sido suspensa pelos petroleiros e petroleiras justamente com boa fé negocial, apostando no cumprimento do acordo pela empresa.

O sindicato recomenda que as assembleias sejam feitas sem aglomeração de muitas pessoas, por meio de coleta de assinaturas individualmente ou em pequenos grupos, como indicado neste momento de prevenção à contaminação por covid-19.

Confira a íntegra do manifesto que o NF submete à categoria:

Manifesto dos petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense
Categoria retornará à greve se Petrobrás não reverter medidas autoritárias.
O SindipetroNF foi informado hoje de que a gestão da Petrobrás, insensível ao dramático momento vivido por todo o mundo no combate ao coronavírus, que torna ainda mais vulneráveis os trabalhadores de setores estratégicos, tomou medidas unilaterais desumanas e inaceitáveis, em descumprimento com o que foi acordado pela própria companhia nas negociações mediadas pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Aproveitando-se da excepcionalidade do ambiente de necessidade de prevenção àcontaminação, a empresa adotou sem qualquer negociação com a FUP e os sindicatos uma escala de 28 dias de trabalho por 14 de folga para os trabalhadores offshore, e turno de 12 horas para os trabalhadores das bases operacionais de terra.
A empresa, ao contrário de concentrar os seus esforços nas ações de prevenção, negligencia a necessidade de medidas sanitárias, como no Porto de Imbetiba, mostra sua incompetência ao manter aglomerações em aeroportos e mantém trabalhadores administrativos sob risco nos escritórios em atividades não essenciais.
Em outra ação truculenta e autoritária, a Petrobrás puniu diversos trabalhadores e demitiu outros, em clara retaliação pela participação na greve de fevereiro passado. O sindicato teve informações de que houve pelo menos duas demissões de petroleiros da sala de controle da plataforma P-55, na Bacia de Campos, e uma demissão na plataforma P-67, na Bacia de Santos.
A entidade lembra à Petrobrás que a greve petroleira não foi encerrada, ela foi suspensa pelas assembleias, e que, portanto, pode ser retomada a qualquer momento se a gestão da companhia insistir em descumprir o acordo mediado pelo TST.
Os petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense exigem que a Petrobrás reverta as medidas unilaterais e cancele as punições e demissões de grevistas. Do contrário, o Sindipetro-NF fará indicativo de retomada do movimento de greve.
Que não ousem duvidar da capacidade de luta dos petroleiras e petroleiras.
Juntos somos fortes!
Bacia de Campos, em assembleias de 20 a 23 de março de 2020
Plataforma:
Assinaturas:_______________