Ato da gestão é proposital. Na SIX, empresa praticou descontos salariais abusivos.
Davi Macedo – Sindipetro PR e SC
“Nossas expectativas já eram baixas, mas p#%@ m&#@!”. Presente em cartazes, camisetas e muito difundida na internet, a frase que estampa memes por toda parte sintetiza a perspectiva que a categoria petroleira tem da direção bolsonarista da Petrobrás.
O fato de a empresa sonegar, nesta segunda-feira (26), o pagamento dos trabalhadores da Repar que participaram da greve sanitária, de 12 a 16 de abril, não causou espanto, só mais decepção com essa (indi)gestão que está no comando da companhia.
Nada de novo no catastrófico roteiro dos negacionistas. A empresa já havia ameaçado efetuar o pagamento aos grevistas apenas dentro da previsão legal, que é o quinto dia útil do mês posterior. Para além disso, suspendeu férias que já estavam programadas. Tudo em retaliação ao movimento em defesa da vida, pela suspensão dos serviços de parada de manutenção da refinaria neste momento crônico da pandemia.
Na reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) que encerrou a greve, o representante da empresa assumiu o compromisso de pagar os salários em folha suplementar no dia 30 de abril. Se a direção da Petrobrás não honrar com a palavra, novamente não causará surpresa; vai ampliar a indignação. Serve como mais combustível para a luta da categoria.
Na Usina do Xisto (SIX) também houve retaliação aos grevistas que buscam respostas da empresa sobre suas condições com a possível venda da unidade. A gestão até pagou os salários, mas descontaram um dia e aplicou os reflexos na folga, mesmo com a empresa fechando os portões aos seus próprios empregados.
Como no confronto cada lado luta com os recursos que têm, o Sindipetro PR e SC buscará os meios legítimos para corrigir as injustiças praticadas pelos gestores. Tal qual diz o provérbio português, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe…”