Sindipetro-NF
Empresa adota, de modo unilateral, após pressão do sindicato e da FUP, uma política de redução das punições que tiveram origem na Greve pela Vida. NF quer a anulação completa de advertências e suspensões, além da reversão das demissões na Elfe.
À revelia do Sindipetro-NF, portanto sem qualquer acordo com o sindicato, a Petrobrás decidiu implementar um procedimento de abrandamento de punições aplicadas a petroleiros no ano passado, em razão da participação destes trabalhadores na Greve pela Vida, em agosto.
A medida é uma reação às constantes pressões do NF pela retirada completa das punições. O sindicato, no entanto, não concorda com a manutenção das punições, ainda que reduzidas em relação às aplicadas originalmente.
Nas negociações do Acordo Coletivo e nas reuniões com a empresa, o sindicato tem exigido o cancelamento integral das advertências e susensões aplicadas a oito petroleiros da Petrobrás, além da reintegração ao mercado de trabalho de três demitidos da empresa Elfe.
Insegurança comprovada
Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, as punições foram injustas e o tempo comprovou que os trabalhadores estavam certos ao promoverem a Greve pela vida.
O movimento foi convocado para 22 de agosto de 2011, após a queda de um helicóptero modelo AW-139, em 19 de agosto, que matou quatro trabalhadores. Como retaliação, a empresa puniu oito petroleiros próprios, das plataformas de Vermelho 2 e Garoupa, e três empregados da Elfe foram demitidos.
“Depois, os problemas que denunciamos se confirmaram. A empresa teve que colocar helicópteros AW em solo e rever o projeto da aeronave”, disse o sindicalista, em entrevista ontem à Rádio NF.
Demissões inadmissíveis
Nas negociações do Acordo Coletivo atual, o sindicato e a FUP pressionaram pela retirada das punições. A empresa fez avaliações internas e, depois, comunicou ao NF a intenção de fazer o abrandamento. O sindicato discordou, posição que foi manifestada em reunião da entidade com a gerência geral da Bacia de Campos, mas a companhia deve, ainda assim, implementar a redução do peso das advertências e suspensões, sem alterar, no entanto, o quadro das demissões.
Além de exigir o cancelamento das punições, o NF considera gravíssimo que as demissões sejam mantidas, e seguirá na luta para que a justiça seja feita a estes trabalhadores, com a reintegração ao mercado de trabalho.