Perseguição política provoca punições de trabalhadores no Terminal de Cabiúnas

Pelo menos três petroleiros são atingidos pelo comportamento autoritário das gerências. Trabalhadores sequer foram informados sobre qual suposta conduta irregular teriam cometido.





Sindipetro NF

Pelo menos três trabalhadores estão sendo punidos na base de Cabiúnas, da Transpetro, em flagrante perseguição política. Dois deles tiveram suspensões formalizadas no último dia 31. O sindicato foi informado extra-oficialmente de que uma terceira punição está a caminho, aguardando apenas que uma trabalhadora retorne das férias.

Os trabalhadores que tiveram formalizadas as suas punições são os petroleiros Cláudio Rodrigues Nunes e Mateus Ribeiro. Ambos participaram das mobilizações no terminal durante a Campanha Reivindicatória em 2011. A empresa, no entanto, não informou, nem mesmo aos trabalhadores, as razões oficiais para as punições.

No documento que dá ciência da suspensão de 29 dias para o petroleiro Cláudio Nunes, que é vice-presidente da Cipa, os gerentes Claudio Francisco Negrão (Recursos Humanos) e Silvio Moura Franco (Gás Natural) afirmam apenas que a suspensão se deu “considerando a conduta apresentada por V.Sa. no dia 19/10/2011, dentro das instalações do Terminal de Cabiúnas”, sem descrever que conduta a que se refere a empresa e no que esta teria infringido os “Princípios Éticos do Sistema Petrobras”. Este dia foi um dos que a base esteve em mobilização.

Como podem atestar várias testemunhas, o trabalhador não fez, tanto nesta data quanto em outros momentos de mobilização, nada além do que acatar o indicativo aprovado em assembleia, o que é amplamente amparado pela Legislação. O caso do petroleiro Mateus Ribeiro, que teve sete dias de suspensão, é muito semelhante, comprovando a execução de um padrão de perseguição.

Modelo Nolasco

Este clima de perseguição política no Tecab foi instaurado logo após o gerente Paulo Nolasco ter assumido o comando geral do terminal. As punições são utilizadas como instrumento de gestão, na tentativa de inibibir movimentos reivindicatórios dos trabalhadores. Todos os punidos têm militância reconhecida pela categoria, dois deles com atuação na Cipa, e participaram intensamente das últimas eleições sindicais. 

Enquanto isso, há relatos sobre casos reais de atitudes que causam prejuízos e riscos para a empresa que, por terem sido cometidos por gerentes ou fura-greves, não geram as punições que agora estão sendo aplicadas por critérios políticos. Em um destes casos passíveis de punição, um gerente ordenou a utilização de seguranças armados para expulsar trabalhadores da base em um dia de mobilizações, infringindo impunemente o Código de Ética da Petrobrás, que prevê o respeito à organização política dos empregados.

Apoio do NF

Por tratar-se claramente de casos de perseguição política, a diretoria do Sindipetro-NF decidiu dar todo o apoio jurídico aos trabalhadores punidos, assim como o ressarcimento financeiro dos descontos provocados pelas medidas, se assim desejarem os petroleiros atingidos. Como ocorreu em outros casos, os valores serão devolvidos pelos trabalhadores à entidade após a vitória na Justiça.