Perpetuar a história da luta de classes para conscientizar é garantir a força dos trabalhadores

Dando prosseguimento aos debates da VII Plenária Nacional da FUP, que reúne cerca de 250 petroleiros até domingo, no Rio de Janeiro, acontece agora pela manhã o painel “Mobilizar e ampliar o diálogo com a sociedade”, com participação de João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST, Julio Turra, da Direção Executiva da CUT, Divanilton Pereira, da direção executiva da CTB, e do historiador Paulo Fontes.

O debate foi transmitido ao vivo pelo facebook da FUP

Ampliar o diálogo com a sociedade aumentando o nível de consciência da necessidade da luta de classes é aspecto relevante apontado por todos os palestrantes. O historiador e professor da UFRJ, Paulo Fontes, contextualizou historicamente a construção social do trabalho e destacou a importância que o ponto de vista do historiador tem da classe trabalhadora. Traz o desafio de se pensar novas sínteses, diferentes das primeiras histórias imaginárias criadas por economistas e estudiosos do campo da sociologia que forjaram o papel da classe trabalhadora, já que entre outros aspectos, esta era ausente por causa da sua origem rural e posteriormente sua lógica populista. Segundo o professor Paulo, a nova síntese significa pensar por exemplo, no movimento de luta dos petroleiros dentro de um cenário nacional da história do país. Unir a academia ao movimento sindical é questão vital para se construir uma cultura histórica e identidade na luta do mundo do trabalho.

João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST, começou sua fala afirmando que o estado burguês está em crise, o povo não acredita mais nesse estado e que por isso é necessário pensar um novo modelo. “Em relação aos valores civilizatórios, a crise pregada pelo capital, trocou a solidariedade pelo egoísmo e acabou com o princípio da igualdade e da justiça, e nos fez chegar a um ponto onde o capital gera o conflito e caracteriza uma situação que não é social”. Desta maneira, segundo Stédile o desafio da luta imediata e da classe trabalhadora tem um ponto central que é a liberdade do ex presidente Lula. Sem ele na disputa pela eleição, haverá um agravamento da crise econômica, política, ambiental e social e assim a classe trabalhadora não terá representante. Já como desafio histórico permanente para a esquerda, Stédile sugere que se reaprenda a fazer trabalho de base para levar consciência e conhecimento para formar as ideias que vão fazer a revolução.

Júlio Turra, diretor executivo da CUT Brasil, chamou atenção da plenária para a trajetória da Central Única dos Trabalhadores, o que se construiu em 35 anos desde o movimento operário brasileiro, o desenvolvimento do movimento solidário dos trabalhadores, o surgimento dos sindicatos e a onda de greves do final dos anos 70 até a criação do PT e MST, fez chegar ao momento atual, um caminho polêmico, mas que mesmo assim organizou a classe trabalhadora no Brasil.

Divanilton Pereira, diretor da CTB, finalizou as apresentações destacando a sintonia política das falas anteriores e pontuou que o que unifica as centrais sindicais é pressuposto básico do objetivo estratégico de ganhar a disputa presidencial em curso. “Não é tarefa simples nem pra poucos por mais combativos que sejam, não é tarefa apenas do movimento sindical ou de esquerda, mas sim de milhões, organizados ou não”. Divanilton reafirmou que a tática da amplitude é imprescindível para alcançar objetivos imediatos para o Brasil.

[FUP]