Pelo menos 37 pessoas morreram em explosão na Pemex


Com agências de notícias

A explosão que provocou a morte de ao menos 37 pessoas e deixou dezenas de feridos na sede da estatal petrolífera mexicana Pemex na semana passada foi causada por um acúmulo de gás, informou o procurador-geral do país.

Jesús Murillo Karam disse também que os investigadores ainda estavam procurando a fonte do gás, e revisando documentos ligados às inspeções do prédio para determinar se a Pemex não descobriu essa acumulação de gás. Como uma estatal, a própria Pemex é responsável por inspecionar seus prédios.

Murillo afirmou na noite de segunda-feira que uma investigação realizada por especialistas mexicanos, espanhóis, americanos e britânicos não conseguiu encontrar traçis de explosivos no local do incidente, o mais recente em uma série de problemas de segurança na empresa. Segundo ele, os investigadores acreditam que uma faísca elétrica ou outra fonte de calor detonou o gás.

Com a exceção de três vítimas, nenhum dos mortos tinha marcas de queimadura ou tímpanos estourados – evidências típicas de explosão com bomba. No local, também não havia vigas partidas ou crateras, também sinais comuns de detonação de explosivos.

O número de mortos pode passar de 37, segundo o Ministério do Interior. Uma trabalhador continua desaparecido e mais de 120 pessoas feridas, dos quais 35 continuam hospitalizados.

A explosão ocorreu em um dos prédios do edifício-sede da petrolífera, durante a troca de turnos da última quinta-feira, 31/01. O edifício atingido é parte de um complexo de cinco prédios da Pemex e adjacente à torre principal de 51 andares, locaalizada no centro da área comercial da cidade do México. O ministro do Interior do México, Miguel Osorio Chong, disse que, apesar de não haver certeza se algumas das 10 mil pessoas que diariamente circulam pelo local estariam presas no edifício de 14 andares onde houve a explosão, as equipes de resgate seguirão trabalhando no local até que estejam seguras de que não há mais vítimas.

As causas da explosão ainda estão sob investigação, segundo a companhia de petróleo. “A investigação deve determinar dado precisos, confiáveis e contundentes para conhecer a origem e as causas do sinistro”, disse Osorio na noite de quinta. As teorias vão de curto circuito, problema de ar-condicionado a um possível ataque.

“Estava sentado, trabalhando, e de repente ouvi uma explosão. O edifício balançou, tremendo muito forte, veio (uma onda) de fumaça para dentro, e caíram vidros e pedras nas minhas costas”, disse uma testemunha à BBC Mundo. “Começamos a ver feridos, pessoas cobertas de terra e pó. Fomos imediatamente retirados (do local).”

Até o momento não se sabe a causa da explosão, e autoridades mexicanas disseram que vão recorrer a peritos internacionais para investigá-la.

Silvia Hernández, funcionária da Pemex, estava no térreo do prédio no momento da explosão. “Era o horário de saída dos funcionários sindicalizados”, relembra. “(Com a explosão), desmoronou uma ponte (dentro da empresa) e alguns colegas ficaram enterrados lá. Senti muita angústia, pensei nos meus filhos.” Segundo ela, a explosão aconteceu no subsolo, onde ficam os estacionamentos. Minutos depois de tuitar apenas que a torre da Pemex estava sendo desocupada por problemas elétricos, a conta oficial da empresa no Twitter informou que se tratava de “uma explosão no edifício B2 do centro administrativo. Há feridos. Houve danos no subsolo e no mezanino”.

Imagens aéreas do local mostravam paredes derrubadas, janelas destruídas e dezenas de ambulâncias e veículos de resgate. Foi a pior explosão no país desde 19 de novembro de 1984, quando um acidente em um centro de armazenamento e distribuição também da Pemex nos arredores da Cidade do México deixou mais de 500 mortos e quase 1 mil feridos.