Pedro Parente faz da corrupção fiadora do desmonte da Petrobrás

Durante um evento recente organizado pelo jornal Financial Times e pelo escritório de advocacia norte-americano Paul Hastings, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, afirmou que a empresa “está virando uma chave, saindo das páginas de escândalo de corrupção para páginas de negócios”. Desde que assumiu a presidência da companhia, a tática é sempre a mesma: usar o combate à corrupção como pretexto para implementar e até mesmo justificar o desmonte e a privatização da Petrobrás.

A gestão Pedro Parente tem sido marcada pela venda acelerada de ativos sem seguir a legislação, pelo sucateamento e pela dilapidação das reservas de petróleo e gás que fizeram a companhia retroceder 15 anos. O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou que a Petrobrás refizesse o trâmite das atuais vendas de ativos por conta de várias “irregularidades” observadas que feriam as diretrizes da lei de licitações e poderiam favorecer atos ilícitos, inclusive corrupção. Nada disso, no entanto, soa como escândalo para o presidente da empresa e sua claque. O importante é satisfazer o mercado, pouco importa o modus operandi, mesmo que mande às favas a transparência.

Para sustentar o personagem de bom moço, Pedro Parente segue manipulando a opinião pública, alimentando a falácia criada pela mídia de que a Petrobrás é uma empresa imersa em corrupção e que ele aceitou a nobre missão de salvá-la. Para isso, vale tudo: cortar investimentos, paralisar a indústria brasileira, desempregar em massa, esquartejar a empresa e entregar à concorrência ativos estratégicos e valiosos a preços de banana.   

Além de comprometer o futuro da Petrobrás, condenando-a a um papel secundário na geopolítica do setor, Pedro Parente quer também apagar a história de conquistas da empresa. Não faz muito tempo, de 2006 a 2014, a estatal brasileira foi selecionada por nove anos consecutivos, para integrar o Dow Jones Sustainability Index World (DJSI World) da Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos. Nesse período, recebeu sete vezes nota máxima nos critérios transparência e preservação do meio ambiente, se destacando também nos critérios impacto social nas comunidades e gerenciamento de risco e crise.

O DJSI World é o mais importante índice mundial de sustentabilidade e avalia as melhores práticas de gestão social, ambiental e econômica do mundo. Nada disso seria possível, se a Petrobrás fosse de fato uma empresa eminentemente corrupta e sem transparência, como tenta fazer crer seu presidente.

Apesar da acirrada campanha de desconstrução da sua imagem pública, via Operação Lava Jato, a Petrobrás foi ranqueada em 2014 pelo IHS Energy 50 como a nona maior companhia de energia do mundo. Nesse mesmo ano, a petrolífera brasileira liderou a lista das três mil maiores empresas do setor público e privado do país (Ranking Anual de Melhores e Maiores da Revista Exame) e obteve a primeira colocação no Ranking do Anuário Época Negócios 360.

As conquistas não param por aí. Entre 2007 e 2015, a Petrobrás recebeu sete vezes o prêmio Valor 1000, do Jornal Valor Econômico de melhor empresa do país no setor de óleo e gás, levando em conta critérios como rentabilidade e liquidez, crescimento sustentável, lucro da atividade e geração de valor agregado. Foi também considerada uma das empresas dos sonhos dos jovens brasileiros em pesquisa realizada pela Cia de Talentos/Nextview People com mais de 70 mil universitários e recém-formados de todo o país.

Uma empresa com tantas conquistas não pode ter seu passado de vitórias enlameado por oportunistas, como Pedro Parente, que tem um papel claro a cumprir como gestor: abrir mão do Pré-Sal e vender barato a Petrobrás para pagar a conta do golpe.

Os casos de corrupção são pontuais e frutos da ação individual de alguns gestores. Não são uma anomalia da estatal, como prega o presidente da Petrobrás. O setor de energia é o mais propenso à corrupção no mundo inteiro, por movimentar cifras bilionárias e ser uma indústria de relevantes interesses econômicos e políticos, seja no setor público ou privado.

Corruptos e corruptores devem pagar pelos seus crimes. O que é inadmissível é que o presidente da Petrobrás tire proveito desta situação para inviabilizar o futuro da empresa e destruir seis décadas de história, usando a corrupção como fiadora do seu projeto de desmonte da estatal.

FUP