Reveja o ato virtual que reuniu lideranças sociais em defesa da Petrobrás Biocombustível

Em apoio à greve dos trabalhadores da Petrobrás Biocombustível, movimentos sociais, ambientalistas, lideranças sindicais e políticas de diversas frentes progressistas realizaram nesta segunda, 24, um grande ato virtual contra a privatização da subsidiária. A manifestação foi transmitida ao vivo, a partir das 18h30, pelos canais da CUT no YouTube e no Facebook, com retransmissão pelas redes da FUP, dos sindicatos e dos movimentos parceiros.

A live reuniu diversas organizações, como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além da CUT, FUP, Sindipetro MG, Sindipetro BA, Sindipetro RJ e FNP. O ato contou ainda com a participação do presidente da Frente Parlamentar Mista em defesa da Petrobrás, Senador Jean Paul Prates (PT/RN) e da socióloga, ativista e youtuber, Sabrina Fernandes, que vem apoiando a luta dos trabalhadores contra a privatização das usinas de biocombustível da Petrobrás.

Braço verde da Petrobrás

Em greve desde o dia 20 de maio, os trabalhadores da Petrobrás Biocombustível estão em luta por empregos e pela manutenção dos investimentos da estatal na transição energética e no desenvolvimento de fontes de energia renováveis. A greve denuncia os prejuízos da privatização da PBio, criada em 2008 com a meta de produzir 5,6 bilhões de litros de biocombustível por ano.

A subsidiária gerou milhares de empregos, movimentando a agricultura familiar, com participação em 10 usinas de etanol, produzindo 1,5 bilhão de litros por ano e 517 GWh de energia elétrica a partir de bagaço de cana. Em 2016, sob oi governo de Michel Temer, a gestão da Petrobrás anunciou a saída do setor de energia renováveis, colocando em hibernação a Usina de Quixadá, no Ceará, e vendendo a participação em diversas outras usinas. A privatização da PBio foi anunciada em julho de 2020 e atualmente encontra-se em fase final de venda das três usinas que são 100% controladas pela Petrobrás (Montes Claros, Candeias e Quixadá), que, juntas, têm capacidade de produzir mais de 570 mil metros cúbicos de biodiesel por ano.

“O Brasil é o terceiro maior mercado de biodiesel do mundo, mas a despeito de sua importância, a PBio está sendo desmontada desde o golpe de 2016. Abandonar o setor de biocombustível, além de impactar a agricultura familiar, desempregando mais brasileiros e brasileiras em plena pandemia, é condenar o futuro da Petrobrás, que vem sendo apequenada pelas últimas gestões, caminhando para se tornar uma empresa suja, sem compromisso com o meio ambiente, na contramão das grandes empresas de energia”, alerta o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.

Em artigo publicado nesta segunda no site da FUP e no portal da Mídia Ninja, o escritor e frade franciscano, Frei Sérgio Görgen, militante do MPA, chama atenção para a importância estratégica do Programa de Biocombustíveis da Petrobrás, lançado em 2003, com o objetivo de “inserir o país num novo ciclo de combustíveis, inserir a agricultura camponesa familiar como protagonista no  processo, desenvolver novas tecnologias para aproveitamento múltiplo de matéria primas, equilibrar produção de energias da biomassa com produção de alimentos e preservação ambiental, gerar empregos e combater desigualdades regionais investindo em regiões do país com necessidade de aportes de recursos e investimentos para o desenvolvimento social e econômico local”.

Ele lembra que esse programa lançou as bases para as primeiras plantas de produção de biodiesel da Petrobrás no Ceará, norte de Minas e na Bahia, resultando, posteriormente na criação da PBio. “O desafio agora é preservá-la pública para que possa cumprir seu papel no futuro próximo”, afirma o frei.

Veja a íntegra do Ato em Defesa da PBio


Leia também:

Dia Nacional de Luta em defesa da PBio mobiliza trabalhadores e movimentos sociais nesta segunda