Parlamentares votam duração de mandatos, voto obrigatório e cota para mulheres

Nessa terça-feira (9), a Câmara dos Deputados retoma a votação da PEC 182/07, que, ao contrário do que diz a grande mídia, não acaba com a corrupção no País e, sim, a oficializa a partir da aprovação do financiemento privado de campanhas. Essa é a reforma política da direita e da ala conservadora do Congresso. A aprovação se deu em uma manobra golpista do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que aprovou a farra das doações eleitorais.

Nesta semana, prossegue a votação dos demais itens da Emenda, como a duração do mandato para o legislativo, as cotas para mulheres, as federações partidárias, a data da posse e a obrigatoriedade do voto. O ponto mais aguardado são as cotas para as mulheres. Hoje, a participação feminina na Câmara dos Deputados é de apenas 9%. O projeto, que determinava paridade de gênero na Casa, exigirá que 20% das vagas na Câmara sejam ocupadas por mulheres. A redução foi possível após um acordo entre as parlamentares.

“Nós queremos outro sistema político, pois este não representa nós mulheres. Este sistema privilegia os homens, o agronegócio, o empresário e quem pode financiar. Nós queremos financiamento público de campanha e lista fechada”, analisa Rosane da Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

Sobre a cota de 20%, que será votada nesta semana, a secretária afirma que o ideal seria a paridade. “Nós temos uma única governadora em todo o País, em 27 estados. Precisamos ter igualdade de gênero nas Câmaras, no Senado e nas Assembleias Legislativas. O único partido no País que tem paridade é o PT, nós, mulheres petistas, sabemos o quanto isso foi importante. Isso precisa ser levado para toda a política nacional”, afirma Rosane.

Tempo de mandato
A Cãmara ja havia aprovado o fim da reeleição e, na semana passada, houve divergência ente os deputados sobre como ficará o tempo dos mandatos de presidente, governadores e prefeitos. Há em pauta, a proposta de coincidência eleitoral, que faria o Brasil ir às urnas uma vez a cada cinco anos, é necessário que o mandato dos parlamentares respeitem o mesmo tempo de duração.

No caso do legislativo, com o mandato dos senadores estipulados em oito anos e dos deputados em quatro anos, a coincidência não seria possível. A alternativa seria reduzir para quatro anos o mandato de senadores, que, obviamente, não gostaram da ideia. Há uma proposta de aumentar para dez anos, mas que está, neste momento, descartada pelos parlamentares.

Com informações do Portal CUT