Depois fazer com que diversas famílias tivessem que voltar a cozinhar com lenha ou a usar botijões de gás comprados em revendas clandestinas e deste modo se sujeitar a acidentes com queimaduras, a Petrobrás realiza coletiva de imprensa para dizer que vai mudar a metodologia de reajustes de preços do gás de cozinha.
O novo método adotado pela atual direção da Petrobrás, significa um recuo da política irresponsável de colar o preço do botijão de 13 kg aos preços internacionais do gás. O povo sofreu toda a volatilidade dos preços internacionais que atendem a uma lógica que considera eventos relacionados ao gás em todo o mundo, durante este último ano de 2017.
O governo Temer sangrou a população com essa política de reajustes em um momento de enorme alta dos preços internacionais. E só recua agora após muitas críticas que a FUP e o GEEP fizeram durante este período. A FUP foi uma das primeiras a registrar o equívoco da metodologia que faz com que um inverno rigoroso em locais remotos de globo tenha consequência imediata na população mais pobre no Brasil.
Uma análise importante a ser feita é com relação aos índices dos preços do gás durante os governos do Lula, Dilma e depois do golpe. O gás aumentou 17% no último ano, com variações mensais e por vezes semanais, de 2015 até agora foram em média 23% por ano, na gestão do Pedro Parente foram 20 % em pouco mais de um ano, enquanto que de 2002 até 2014 que compreende os dois governos de Lula e o primeiro governo Dilma, foi em média de 3% ao ano.
Outra questão relacionada ao preço está no fato da Petrobrás ter perdido o controle da cadeia completa do gás com a venda do seguimento de distribuição. Isso agrava ainda mais a prática de aumentos colados ao preços internacionais pois acumula com os humores do mercado de distribuição que alteram suas margens de lucro livremente. Essa nova configuração resultante da privatização do mercado de distribuição de gás gerou uma total imprevisibilidade diária do preço para o consumidor final como aparece na divulgação da própria empresa que se refere à possibilidade ou não das distribuidoras repassarem os aumentos.
O recuo tardio de Parente mostra a prática da sua gestão que é sempre colocar os interesses do mercado na frente do povão, em resumo é a prática dos golpistas.
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Uso de álcool para cozinhar em decorrência do aumento do preço do gás, fez crescer o número de pessoas queimadas e mais uma vez quem sofreu foi a população pobre do Brasil.
Dados comprovam que acidentes com queimaduras cresceram no período em que a Petrobrás adotou a política equivocada de preços. Segundo matéria da TV Jornal de Recife, 60% dos queimados atendidos no Hospital da Restauração, no Recife, foram vítimas de uso de etanol em residência ou de acidentes com botijões de gás comprados em revendas clandestinas.
FUP