País lamenta a perda de um grande ídolo e cidadão brasileiro

Sócrates ão se destacou somente dentro dos campos. Médico de formação, desde jovem abraçou as causas democráticas e populares.





 Vermelho

 
Na última madrugada, o futebol brasileiro perdeu um de seus maiores ídolos e seus mais capazes interlocutores. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, mais conhecido como "Doutor Sócrates", partiu aos 57 anos de idade.

 Ao lado de Neco, Teleco, Cláudio, Luizinho, Rivelino, Neto, Marcelinho Carioca e Carlos Tevez, foi reconhecidamente um dos grandes ídolos da história de seu clube de coração, o Corinthians. 

Eleito, em 1983, "o jogador mais fantástico das Américas" e em 2004, pela BBC de Londres, um dos 125 maiores jogadores vivos da história, Sócrates deixou sua marca como um jogador clássico, de fino trato, um gênio com a bola nos pés. Foi o capitão da mágica seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982.

Não se destacou somente dentro dos campos. Médico de formação, desde jovem abraçou as causas democráticas e populares. Foi às últimas consequências ao ser o líder do movimento (Democracia Corinthiana) que revolucionou as autoritárias estruturas do futebol brasileiro no início da década de 1980, jogando papel na proscrição da ditadura militar. 

Homem de ideias e de princípios, nunca se iludiu com as benesses que sua condição de grande ídolo poderia proporcionar. Um exemplo de coragem até seus últimos dias, em que versava suas justas posições como colunista da revista CartaCapital. "Sou radical até mudar de ideia" foi uma de suas frases mais marcantes e que sintetizam seu jeito e forma de enxergar a realidade e a enfrentar. A democracia, o esporte e a luta política vâo sentir sua falta. Já estâo sentindo. Doutor da bola e da democracia.