Mesa sobre conjuntura política realizada hoje durante a VI Plenafup (Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros), em Campos dos Goytacazes (RJ), trouxe alertas sobre a oportunidade que conservadores estão encontrando no governo interino golpista de Michel Temer para implementar cortes em polícias sociais e trabalhistas, entregar a Petrobrás e o pré-sal e enfraquecer os movimentos populares.
Participaram dos debates o diretor do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da FPSM (Frente do Povo Sem Medo), Vitor Guimarães, o diretor do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) e da FBP (Frente Brasil Popular), Anderson Amaro, e o diretor da FUP e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Divanilton Pereira. A mesa foi moderada pela diretora do Sindipetro Unificado SP, Cibele Vieira, e pelo diretor do Sindipetro-RS, Siegfried Bernich.
Para Guimarães, o maior perigo para os trabalhadores consiste no fato de Temer não ter sido eleito para o cargo, além de saber que não poderá ser reeleito. “Ele não tem compromisso com as urnas, não tem que prestar contas ao povo. Aí está a sua força para nos atacar. Ele só tem compromisso com quem o colocou lá por meio do golpe. Contra ele não pode haver um minuto de trégua”, disse o dirigente do MTST.
No período dos governos Lula e Dilma, lembrou Vitor Guimarães, a correlação de forças políticas permitiu haver muitos avanços sociais, mas também em meio a muitas concessões aos setores financeiros e empresariais. Agora, avalia, esta correlação precisa ser reequilibrada ou superada em favor dos trabalhadores.
Amaro, do MPA, destacou que “não é possível retomar a normalidade democrática que não seja por meio do retorno da presidenta Dilma”. Seu argumento foi para explicar que, para ele, qualquer alternativa que venha a ser pensada – novas eleições, por exemplo – devem passar pela interrupção do processo de golpe.
Para o diretor da FUP, a realidade brasileira atual precisa ser compreendida em um contexto internacional de ataque dos Estados Unidos contra países e blocos que questionem a sua hegemonia. Divanilton citou pressões sobre a China, a Rússia, a Índia, a África do Sul e sobre o próprio Brasil, entre os casos de nações vítimas da ação america. “O Brasil é alvo de uma desestabilização política e de uma chantagem econômica”, afirmou.
A VI Plenafup começou seus debates hoje pela manhã, terá cerimônia de abertura nesta noite, e segue até o próximo domingo, com o retorno das delegações. As discussões abertas do evento estão sendo transmitidas ao vivo em www.radionf.org.br, www.sindipetronf.org.br e nas redes sociais.
Fonte: Sindipetro-NF