P-36: oito anos depois, gestão de SMS da Petrobrás continua matando trabalhadores

Dia 15 de março é uma data que os petroleiros jamais esquecerão. Há oito anos, um acidente gravíssimo na P-36 …

Imprensa da FUP

Dia 15 de março é uma data que os petroleiros jamais esquecerão. Há oito anos, um acidente gravíssimo na P-36 causou a morte de 11 trabalhadores e fez afundar a maior plataforma da Petrobrás na época. O acidente transformou-se em símbolo da gestão neoliberal do tucanato, que sucateou a empresa, preparando-a para a privatização; terceirizou atividades essenciais; cortou e flexibilizou uma série de direitos da categoria (entre eles, o extraturno) e impôs uma política de SMS cujo objetivo era garantir os lucros e resultados, em detrimento da saúde e segurança dos trabalhadores.

De lá para cá, houve mudanças significativas na gestão da Petrobrás. Os trabalhadores recuperaram muitos dos direitos que haviam perdido, mas ainda não conseguiram avançar em dois embates fundamentais: o SMS e a terceirização, áreas onde as gerências locais continuam dando as cartas, independentemente do que é acordado pela FUP e sindicatos com o Corporativo da empresa. A complacência da direção da Petrobrás com esta situação faz perpetuar políticas de SMS e de terceirização herdadas de gestões neoliberais e conservadoras, cujos expoentes ainda encontram eco na empresa.
Nestes últimos oito anos, mais de 130 trabalhadores perderam a vida em função desta gestão falida. Oitenta por cento dos acidentes continuam vitimando os terceiriza-dos, cujas condições de trabalho diferenciadas evidenciam a responsabilidade da Petrobrás nas mortes e mutilações destes trabalhadores. A greve indicada pela FUP tem também por objetivo cobrar da empresa mudanças estruturais nas gestões de SMS e de terceirização. Os petroleiros do setor privado somarão forças neste embate, parando as atividades no dia 23, data nacional de luta dos terceirizados.