Os que diziam que a Petrobrás estava quebrada agiam para privatizá-la e entregar o Pré-Sal

Não é de hoje que a FUP vem denunciando os interesses do mercado por trás da falaciosa campanha da mídia que, dia após dia, tentou induzir a população a acreditar que a Petrobrás estava quebrada. Desde 2014, quando a imprensa intensificou os ataques à empresa, associando-a à corrupção, na tentativa de desconstruir suas conquistas e de fragilizar os trabalhadores, alertamos a sociedade sobre as reais intenções dos que tentavam desmoralizar a petrolífera: a disputa pelo Pré-Sal e pelos valiosos ativos da companhia. 

Nesta terça-feira, 12, o plenário da Câmara dos Deputados Federais aprovou por 337 votos o regime de urgência para o PL 4567/16. Apenas 105 deputados votaram contra. Salta os olhos, o fato disso acontecer no dia seguinte ao anúncio de mais um recorde de produção da Petrobrás no Pré-Sal, onde alcançou em junho o espetacular volume de 1,24 milhão de barris de petróleo equivalentes.

Todos os alertas da FUP sobre o oportunismo dos que se aproveitaram das dificuldades da empresa para tentar privatizá-la e entregar o Pré-Sal às multinacionais estão se comprovando. Esta semana, quando o governo interino de MiShell Temer completa dois meses de golpe, mergulhado em denúncias de corrupção, a mesma mídia, que massacrava a Petrobrás em suas manchetes diárias, mudou o foco e passou a valorizar os resultados da empresa. 

A consultoria financeira Raymond James, que em maio havia reduzido a recomendação para as ações da companhia, voltou a apostar na estatal brasileira e, em comunicado aos investidores, destacou que o crescimento da produção reflete “o legado dos investimentos realizados há muitos anos”. Não faz muito tempo, a dívida da Petrobrás, que possibilitou a descoberta e financiamento do Pré-Sal, era demonizada e tratada como insolvente pelo mercado. 

Como a FUP vinha afirmando, a crise da companhia é conjuntural e está sendo superada graças aos ativos valiosos, que são fruto dos investimentos feitos nos últimos anos, que saltaram de R$ 9,92 bilhões em 2003 para R$ 104 bilhões em 2013. Nesse período, a empresa aumentou em 700% o financiamento de pesquisas, que lhe possibilitaram descobrir o Pré-Sal e aprimorar as tecnologias de exploração em águas ultra-profundas, acumulando prêmios e reduzindo os custos de produção. 

O resultado é que com apenas dez anos de descoberta, o Pré-Sal já faz jorrar quase metade da produção total que a Petrobrás levou mais de 60 anos para atingir. Esse gigantesco reservatório de petróleo de altíssima qualidade pode fazer da empresa uma das maiores petrolíferas do mundo e tornar o Brasil o terceiro maior produtor do planeta. 

É por isso que MiShell Temer e Pedro Parente estão correndo para aprovar o PL 4567/16 e vender a toque de caixa todos os ativos possíveis da Petrobrás. O Pré-Sal está no centro do golpe e os financiadores têm pressa. 

A conta já começou a ser paga, com a aprovação do regime de urgência para o projeto que José Serra prometeu dar de presente às multinacionais.  Na Petrobrás, a missão de seu colega Pedro Parente é esquartejar a empresa, liquidando bens estratégicos a preço de banana. Os campos de produção maduros, a Transpetro, a Liquigás, a BR Distribuidora e outros ativos serão doados de bandeja ao mercado se não houver uma grande resistência nacional. 

A FUP e seus sindicatos continuarão na linha de frente, denunciando e enfrentando os entreguistas. Essa luta, no entanto, precisa ser encampada por todos os brasileiros. Além da soberania nacional, é o futuro das próximas gerações que está em risco. Defender a Petrobrás e o Pré-Sal é defender o Brasil.

Fonte: FUP, por Alessandra Murteira