Operários do Comperj encerram greve com 10,5% de reajuste salarial

CUT

Escrito por William Pedreira

Em assembleia na manhã desta quarta-feira (9), os operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) votaram pelo fim da greve que completaria hoje um mês.

Apesar de não contemplar os 12% de reajuste salarial reivindicado, a categoria aceitou a proposta de 10,5% como condição mínima. A decisão foi deliberada diante da negativa do sindicato patronal em discutir outro valor, prometendo ingressar com pedido de julgamento de dissídio na Justiça do Trabalho.

Com o reajuste de 42,8% no vale alimentação, passando para R$ 300,00, mais o aumento salarial, a grande maioria dos trabalhadores conseguirão superar os 12% reivindicado.

“Foi uma greve vitoriosa. Conseguimos um reajuste considerável se lembrarmos que o índice de inflação registrado no período foi 5,85%. Vale destacar também a união dos trabalhadores e o fortalecimento do Sindicato nessas últimas negociações. Particularmente, o setor da construção é muito conservador, mas nesta greve conseguimos despertar nos trabalhadores a consciência de luta e união para superar os desafios”, celebra Manoel  Vaz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom).

A partir do acordo deliberou-se pela folga de campo para os operários residentes em outras regiões. Ficou definido também que o Comperj passará a ter uma Comissão de representação dos trabalhadores no local de trabalho com o intuito de colaborar na resolução dos problemas que surgem no dia-a-dia.

Dias Parados

Em relação ao desconto dos oito dias da paralisação realizada em dezembro, as empresas fornecerão neste mês (maio) um vale alimentação a mais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais).

Já os 20 dias úteis referentes a última greve serão descontados dos trabalhadores da seguinte forma: a) dois dias por mês a partir de agosto e até dezembro de 2012, totalizando 10 dias; b) Os 10 dias restantes não serão descontados dos empregados, caso não haja a ocorrência de qualquer paralisação de serviços até 31 de dezembro de 2012.

 

Adesão das empresas ao Pacto Nacional

Pelo acordo, todas as empresas em atividade na obra do Comperj vão aderir ao Pacto Nacional da Construção.