Operadores da nova refinaria (RNEST) sofrem arbitrariedades

Abandonados e sem teto. Assim se encontra boa parte dos 236 operadores contratados…-

Sindipetro PE/PB

Demissões, falta de abrigo e não pagamento do auxílio transferência são só alguns dos dramas enfrentados pelos trabalhadores que fazem estágio em refinarias de todo o país.

Abandonados e sem teto. Assim se encontra boa parte dos 236 operadores contratados para atuar na Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e que estão espalhados em unidades por todo o Brasil para fazer estágios. No cúmulo do problema estão dois trabalhadores que foram arbitrariamente demitidos enquanto estagiavam na Refap, no Rio Grande do Sul. O motivo alegado pelo RH da RNEST: “o serviço dos dois não interessa mais à empresa”.

Para piorar, um dos demitidos havia levado a esposa para o Sul e a mudança ainda nem havia chegado, quando ele foi demitido. Quem pagará a mudança de volta a Pernambuco? O Sindipetro ainda recebeu uma denúncia do pai de um dos demitidos que afirmou que o filho encontra-se em São Leopoldo (RS) sem dinheiro e sem conseguir andar, pois havia ferido o pé durante seu trabalho na Refap. Ao ser demitido, o trabalhador foi orientado pela empresa a buscar um hospital público, uma vez que ele não contava mais com o benefício da AMS.

Muitos familiares estão estarrecidos com o tratamento que esses trabalhadores estão recebendo em outras unidades. Alguns chegaram a ser arrolados em sindicância e obrigados a assinar cartas de advertência. Essas advertências são uma represália motivada pelo depoimento desses trabalhadores em uma comissão de investigação que analisava uma irregularidade causada pela falta de estrutura do curso dado aos novos empregados. Na ocasião, os trabalhadores reivindicaram melhorias à coordenação local. No entanto, a Petrobrás fez vistas grossas ao problema o que levou à truculência das advertências dadas quando os trabalhadores estão longe de casa e separados.

Vários companheiros ainda estavam sem ter onde dormir, pois o tempo de estadia em hotéis terminou e a empresa não orientou nem forneceu o auxílio transferência para que pudessem se alojar em outros lugares.

Isso aconteceu na semana passada na RLAM, na Bahia, e na RPBC, em São Paulo. No primeiro caso, os trabalhadores foram atendidos após a intercessão do diretor da FUP, Silva. Já os companheiros lotados na RPBC, em Cubatão (SP), receberam um teto na última sexta-feira, quando já estavam com as malas no ônibus sem ter onde passar a noite. Isso graças ao coordenador do Sindipetro PE/PB, Luiz Lourenzon, que estava na região e contatou o RH da refinaria o qual acabou resolvendo o problema. Auxiliaram também nessa demanda o diretor Garrido, da FUP, e a companheira Celi. O Sindipetro aproveita para agradecer a ambos.

Por tudo isso, o diretor da FUP, Silva, solicitou ontem ao RH da empresa uma reunião com o Abast para tratar do assunto. O encontro entre a Federação Única dos Petroleiros e o Abast foi marcado para a próxima sexta-feira, dia 23, com a presença do coordenador do Sindipetro PE/PB, Luiz Lourenzon. Esperamos que, com a reunião, seja colocado um ponto final em todos esses problemas.

Devemos lembrar que esses transtornos poderiam ter sido evitados se o RH do Rio de Janeiro interviesse em agosto do ano passado, como pediram os trabalhadores, na ocasião. Naquela época, a situação já estava beirando o insustentável.