Operação Lava Jato, financiamento de campanha e reforma política: três faces de uma mesma questão

 

As recentes prisões realizadas na operação Lava Jato(link is external) vieram no momento crucial em que o debate da reforma política está quente como nunca, presente na pauta do povo nas ruas. Mudar a forma como se faz política e se financiam políticos no Brasil é uma das grandes reivindicações dos movimentos sociais. Vivemos um momento histórico de investigação no Brasil, que está colocando atrás das grades corruptos e corruptores, não restando “pedra sobre pedra”. 

O combate à impunidade está sendo realizado fortemente e, ao contrário do que era feito antigamete, hoje as corrupções são investigadas e os culpados são punidos, doa a quem doer. Isso só está sendo possível graças à Lei nº. 12.846 de combate à corrupção(link is external) sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, no final de 2013 e que entrou em vigor em janeiro deste ano. 

A oposição tucana bem que tenta tirar o foco da operação e relacionar as prisões com Dilma, Lula e com o Partido dos Trabalhadores (PT), mas a verdade é que a presidenta é uma das maiores interessadas em dar fim à corrupção no país e punir os culpados pelos crimes.  A operação Lava Jato revelou ainda o envolvimento do PSDB com as empreiteiras investigadas pela operação. Das nove empreiteiras alvo da operação, seis delas financiaram a campanha para presidente do senador Aécio Neves(link is external), com um valor em torno de 20 milhões de reais. As empreiteiras envolvidas no escândalo são a Odebrecht, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que estão com seus diretores presos acusados de formação de cartel e corrupção de funcionários públicos.

A investigação revela também a atuação das empreiteiras no Cartel em São Paulo para a construção da Linha 5 do Metrô(link is external). De sexta feira até o último domingo (16), a operação Lava Jato já prendeu 23 pessoas, incluindo a prisão de um ex-diretor da Petrobras. A operação mostra ainda que o esquema de cartel das empreiteiras em obras da Petrobras teria começado ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), (link is external)há pelo menos 15 anos! 

É por isso que a reforma política está entre as prioridades de Dilma em seu segundo mandato, sendo considerada por ela como “a reforma das reformas“. Em seu discurso de vitória e nas primeiras entrevistas feitas como presidenta reeleita, Dilma ressaltou a importância de fazer as reformas de que o Brasil precisa, principalmente a reforma política, que vai redefinir as estruturas do sistema político brasileiro e combater a corrupção. A reforma política com participação social é, pois, premente! 

Importante ressaltar também a proposta de Dilma Rousseff sobre a participação popular no processo de reforma política no que se refere ao financiamento público de campanhas políticas. A ideia é promover a igualdade entre os candidatos e o debate de ideias acima do poder do capital, sendo esta a forma mais honesta de financiar uma campanha para não permitir que os interesses dos financiadores se sobreponham aos interesses da população brasileira. Nas eleições de 2014, 360 dos 513 deputados eleitos contaram com financiamento de empreiteiras em suas campanhas. Dentre as empreiteiras indiciadas pela operação Lava Jato(link is external), a OAS doou R$ 13 milhões para ajudar a eleger 79 deputados de 17 partidos; a Andrade Gutierrez gastou quase o mesmo valor em 68 campanhas vitoriosas a  deputados federais. A Odebrecht doou R$ 6,5 milhões para 62 deputados, a UTC deu R$ 7,2 milhões para 61 deputados, e a Queiroz Galvão, R$ 7,5 milhões para 57 deputados.

Para que o povo tenha voz e vez na política, e o combate à corrupção continue sendo realidade no país, queremos e defendemos a reforma política com participação popular JÁ!

Fonte: Blogue Muda Mais