OIT lança estudo inédito sobre o perfil dos envolvidos no Trabalho Escravo

O estudo traça o perfil dos atores envolvidos na escravidão contemporânea (trabalhadores resgata­dos, aliciadores – os “gatos” – e proprietários rurais).





OIT

O Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil divulgou um estudo inédito intitulado “Perfil dos Principais Atores Envolvidos no Trabalho Escravo Rural no Brasil”. O estudo traça o perfil dos atores envolvidos na escravidão contemporânea (trabalhadores resgata­dos, aliciadores – os “gatos” – e proprietários rurais). Está baseado em entrevistas qualitativas realizadas junto a esses atores e tem como objetivo desenvolver a base de conhecimentos e reflexão sobre o tema e subsidiar a elaboração de políticas que possibilitem avan­çar em forma consistente e definitiva rumo à verdadeira abolição do trabalho escravo no Brasil.

O lançamento do estudo ocorre no I Encontro Nacional das Comissões Estaduais para a Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, que está sendo realizado em Cuiabá, Mato Grosso, com a presença da Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, e do Coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo, Luiz Antonio Machado.

“O trabalho forçado constitui a mais clara antítese do trabalho decente”, afirma, no prólogo da publicação, a Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo. Em 1995, o Brasil reconheceu oficialmente a existência de formas contemporâneas de escravidão no país. “Esse ato constituiu um marco e um passo importantíssimo no esforço para enfrentar e erradicar esse crime. Desde então, o país vem desenvolvendo uma série de estratégias e instrumentos para combater essa prática, que avilta a dignidade humana”, escreve Laís Abramo.

A escravidão contemporânea é expressão de uma situação de grande vulnerabilidade e miséria que ainda afeta importantes contingentes de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. A falta de alternativas de trabalho decente para um contingente de pes­soas que não possui qualquer qualificação profissional e a relati­va fragilidade das redes de proteção social obrigam os trabalha­dores, em muitas situações, tanto no campo quanto na cidade, a aceitarem condições precárias e degradantes de trabalho, na qual sua dignidade e liberdade são violentadas.

Apesar da complexidade do problema, o Brasil é considerado um dos países que mais avançaram no combate a essa prática e é apontado como referência mundial, devido à capacidade de articulação entre o governo, a sociedade civil, o setor privado e organismos internacionais. Entre 1995 e os dias atuais, mais de 40.000 trabalhadores foram resgatados dessa condição.
 

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