Obras do PAC e Plataformas da Petrobrás: Qualquer semelhança é mera coincidência







“Não é bem assim, há um certo exagero”. Com essas palavras, os dirigentes das empresas Camargo Correa e Odebrecht tentaram desqualificar o movimento por melhores condições de trabalho nos canteiros de obra das usinas de Jiral e Santo Antonio, ambas do PAC em Rondônia.

No entanto, fotos feitas pelo dirigente nacional da CUT, Wagner Freitas, que esteve nos locais na última semana, desmentem a versão dos patrões.

O presidente da CUT, Arthur Henrique, afirmou que os avisos haviam sido dados ao governo desde 2007. Em encontro realizado com o ministro Gilberto Carvalho, a CUT exigiu o fim dos “gatos”, priorizando a contratação através das agências públicas de intermediação de mão de obra, além de impacto nacional sobre as obras do PAC.

Na Bacia de Campos não é diferente: os avisos sobre as condições precárias de trabalho na plataformas estão sendo dados há muito tempo. Os gerentes dizem “não é bem assim, há um certo exagero”. As fotos, os fatos e o relato dos trabalhadores nas assembléias os desmentem. São quatro plataformas interditadas, subnotificação de acidente de trabalho, camarotes com goteiras, trabalhadores vazando nas grades de piso, doenças, mutilações, etc.

Diferente do que ocorre na mesa de entendimento entre governo e centrais sindicais, na Petrobrás este horizonte parece distante, a começar pela falta de agenda do presidente e seus diretores para discutir com movimento sindical a política de saúde e segurança da empresa — na qual o número de mortes, mutilações e doenças tem sido a sua marca principal.

Só a mobilização dos trabalhadores, participando das assembléias convocadas pelo Sindipetro-NF para apontar as inseguranças das unidades, bem como uma participação efetiva nas cipas por plataforma, pode reverter esse quadro, antes que aconteça uma grande tragédia.