Centenas de trabalhadores da Propav suspenderam suas atividades em razão de falta de pagamento dos salários
[Por Davi Macedo, da imprensa do Sindipetro PR e SC]
Cerca de quinhentos trabalhadores da empresa Propav paralisaram suas atividades desde quarta-feira (8) em função do não pagamento dos salários referentes ao mês de outubro.
A Propav presta serviços de manutenção industrial de rotina e corretiva para a Petrobrás na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Nesta quinta (9), a empresa fez uma proposta de pagar os salários juntamente com o adiamento de novembro no próximo dia 17, mas sem garantias. Os empregados rejeitaram em assembleia e mantiveram a greve.
“Os boletos dos trabalhadores não vão aguardar a data que na qual a empresa resolver pagar os salários atrasados. Todos fizeram sua parte, trabalharam e precisam receber para honrar com seus compromissos financeiros e botar comida na mesa de suas famílias. Mas parece que as palavras honra e dignidade não estão no dicionário dos donos da Propav”, reclama Gilmar Lisboa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagens, Manutenção e Prestação de Serviços nas Áreas Industriais no Estado do Paraná (Sindmont-PR).
Informações apuradas junto aos trabalhadores dão conta que há tempos a empresa dá sinais de instabilidade financeira. “Recebemos reclamações de que a empresa não estava mais fornecendo EPI’s e que a falta de materiais de trabalho é constante, impedindo a realização de tarefas. O desrespeito com os trabalhadores é tanto que até itens de higiene básica não estão sendo disponibilizados”, protesta Gilmar.
Ainda de acordo com Gilmar, a assembleia deixou claro que os trabalhadores só retomam suas atividades quando receberem seus salários na integralidade. “Sem salário não há trabalho”, concluiu.
Risco Operacional
Preocupado com as condições de segurança na Repar, uma vez que cerca de 1/3 dos trabalhadores terceirizados estão paralisados, o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC) procurou a gestão da refinaria. Uma reunião para tratar de um plano de emergência diante da mobilização dos terceirizados da manutenção foi agendada para esta sexta-feira (10).
“São trabalhadores com baixas remunerações e ainda ficam sem receber seus salários, um tremendo absurdo! É um problema recorrente com prestadoras de serviços da Petrobrás. Os processo de licitação ficaram cada vez piores desde que se optou pelo menor preço e não o melhor preço, como era antigamente. Dessa forma, o que tem se visto sistematicamente são atrasos salariais, falta de EPI’s, empresas falindo e deixando os trabalhadores na mão. São situações que a gente espera que mude, já que mudou o governo e a gestão da Petrobrás”, aponta Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR e SC.