O Sindipetro-NF protocolou, na última sexta, 2, ofício à gerência de Relações Sindicais da Petrobrás para relatar os impactos sofridos pela categoria petroleira, em decorrência dos problemas de logística nos embarques e desembarques para plataformas da região. Como tem alertado, o sindicato avalia que os transtornos não podem ser atribuídos apenas às condições do tempo, que são previsíveis e recorrentes.
A entidade denunciou que os trabalhadores da Petrobrás e de empresas privadas do setor foram “surpreendidos com a falta de planejamento da companhia” e passaram por atrasos ou transferências de voos sem o devido aviso, ausência de fornecimento de alimentação, ausência de transporte para o deslocamento dos trabalhadores entre os aeroportos e os hotéis, além de ausência de reserva de hotéis ou pousadas para os trabalhadores.
“A falta de logística da Petrobrás com os seus trabalhadores se torna evidente a cada intempérie, que, repetimos, é recorrente e previsível no Norte Fluminense!”, protestou o sindicato, que também destacou que “tem feito cobranças à gestão da Companhia. Porém, em que pese a ciência dos problemas, estes não foram solucionados pela Companhia, agravando, assim, ainda mais a situação”.
O sindicato cobrou da empresa a adoção das seguintes providências emergenciais: garantia de ponto focal à disposição dos trabalhadores nos aeroportos e hotéis, clareza e antecipação na passagem de informações, garantia do tempo de espera máximo de 5 horas, garantia de alimentação nos hotéis ou o pagamento de diária, canal de comunicação direto da Petrobrás com o Sindipetro-NF, garantia de alimentação para os trabalhadores à bordo, garantia de máscara para os trabalhadores à bordo e garantia de habitabilidade e redução de POB onde for preciso.
Comissão de investigação
Além da adoção destas ações emergenciais, o NF cobra da empresa a formação de uma Comissão de Investigação de Incidente de Alto Potencial, com participação do sindicato, dado os grandes impactos sobre as condições de saúde e de segurança dos petroleiros e petroleiras.
“Há relatos de trabalhadores que ficaram o dia inteiro à disposição da Companhia — inclusive passando das 5 horas de espera máximas permitidas —, retornaram para o hotel à noite e foram novamente convocados para embarque na madrugada dia seguinte, em prejuízo dos Artigos 4º, 66 e 71 da CLT, que garantem o descanso mínimo de 11 horas. Da mesma forma, recebemos denúncia de falta de alimentação, água e máscaras em algumas unidades, o que sem dúvida remete a uma questão gravíssima de habitabilidade e que pode implicar na parada das mesmas”, argumenta a entidade.
O sindicato mantém o diálogo com a categoria acerca deste e de outros problemas de habitabilidade, saúde e segurança enfrentados nos deslocamentos e locais de trabalho. É muito importante que a categoria envie relatos para denuncia@sindipetronf.org.br. São estas informações que subsidiam a ação sindical de cobrança à empresa e denúncia aos órgãos fiscalizadores. A identidade do denunciante é preservada.