Depois do acidente que feriu dois trabalhadores e matou o caldeireiro William Robson Vasconcelos, ocorrido na P-34, no Campo de Jubarte – ES – primeira plataforma a produzir óleo na camada do Pré-sal no Brasil – a FUP indica uma grande mobilização em todos os sindicatos filiados à Defesa da Vida.
Apesar da rotina de tragédias ocorridas nas plataformas, devido à política de SMS da Petrobrás, a empresa continua negligenciando a gravidade dos fatos e sobrepondo a produção à segurança no trabalho.
Diante disso, a semana de
À semelhança do acidente ocorrido na Bacia de Campos, no ano de 2008 – quando a empresa declarou que o helicóptero que caiu matando 4 pessoas, fizera um pouso forçado – a Petrobrás continua tentando esconder a veracidade do acidente e afirma que a tragédia da P-34 foi causada por uma “falha na válvula”, o que na verdade foi um erro na avaliação de risco
A verdadeira versão do acidente
Ao contrário das declarações da Petrobrás, o acidente foi muito mais brutal do que uma simples “falha na válvula”. A verdade é que o trabalhador estava montando um novo poço a uma válvula (a mesma que a companhia afirma ter falhado), mas a peça não encaixou. Diante desta dificuldade, a base da válvula foi desmontada para que a peça fosse encaixada. A plataforma que até então estava parada, voltou a operar com o trabalho na boca do poço de Jubarte 4
Com o impacto do jato, o trabalhador foi comprimido, teve sua roupa arrancada, vários ossos quebrados e afundamento de crânio e pulmão. Os outros dois trabalhadores tiveram escoriações leves e foram atendidos na enfermaria da plataforma. Ambos prestavam serviços pela UTC Engenharia.
Novamente a Petrobrás tratou um fato gravíssimo como moderado. Este acidente poderia ter tomado proporções piores e vitimado 119 pessoas, afundado a P-34 e criado mais um grande desastre ambiental.
Diretor da Petrobrás veta embarque da FUP na P-34
Na última terça,
O diretor hostilizou a direção da Federação, vetou o embarque, alegou que já existe uma Comissão constituída para a análise do acidente e indicou outros caminhos que garanta o embarque, ou seja, a justiça.
Além da tentativa de embarque, a FUP enfatizou a importância da ajuda que a viúva e o filho do falecido merecem, porém, o mesmo diretor afirmou que este problema pertence à UTC Engenharia e que a Petrobrás não se responsabilizará por isto.
Ainda assim, a Federação procurou a DRT, onde se reuniu com o fiscal do trabalho que conduz a análise. O resultado desta reunião foi a prontificação do MTE a disponibilizar o resultado da análise para FUP, sindicatos, MPT e para quem mais fizer o requerimento.
A odisséia não acabou por aí. Depois de todas estas tentativas, a FUP se dirigiu ao Delegado de Polícia Judiciária de Vitória, que conduz o inquérito, e solicitou que trabalhadores e gerentes também sejam ouvidos como parte.
Outra iniciativa foi acompanhar o inquérito feito pela da Capitania dos Portos e que será conduzido pela Marinha e apreciado pelo Tribunal Marítimo.
A FUP se reunirá com o MPT, que também deverá instalar um inquérito após a análise feita pela DRT.
Apesar de todas as dificuldades encontradas pela FUP e sindicatos em participar da investigação do acidente, o Sindipetro ES indicou um diretor que já está participando da Comissão de Análise. Os trabalhos serão concluídos em 15 dias.
Na reunião realizada com o gerente de RH da Petrobrás, ontem, 7, no Edise, a FUP protestou contra o ato de truculência feito pelo diretor Estrela, que vetou o embarque da Federação na plataforma, afim de esconder a gravidade do acidente que poderia ter tomado proporções gigantescas. Nesta reunião também foi solicitado ao RH, um intermédio entre o diretor e o SMS coorporativo, na tentativa de uma novo embarque na P-34.
No dia 8, quinta, houve troca de turno na P-34 e os trabalhadores foram ordenados a condicionar a plataforma para a partida. Esperamos que outro acidente não se repita, pois não foi dada nenhuma garantia à FUP sobre as condições de segurança da plataforma.