Em entrevista ao Portal da FUP, o diretor do Sindipetro PE-PB e diretor da FUP, Luiz Lourenzon fala sobre o processo eleitoral que escolheu a nova diretoria do Sindicato para os próximos três anos, cita as bandeiras de luta do movimento sindical petroleiro da região e conta as atividades do MOVA BRASIL, projeto de alfabetização desenvolvido pelo Instituto Paulo Freire em parceria com a Petrobrás e FUP. Lourenzon também é articulador social nacional do MOVA.
Como foi o processo eleitoral que escolheu a nova diretoria do Sindipetro PE/PB?
O processo eleitoral que escolheu a nova diretoria do SINDIPETRO-PE/PB foi democrático e transparente, onde ambas as chapas apresentaram seus membros e propostas. A CUT-PE, através do seu presidente Sergio Goiana, acompanhou todo processo. No caso da chapa 1, as conquistas ocorridas desde a sua primeira gestão, em 2005, também foram apresentadas. Além disso, tivemos o apoio de todos os sindicatos filiados à FUP, da CNQ e do MST.
O que a diretoria eleita pretende fazer pelos petroleiros da região de Pernambuco e Paraíba durante o triênio de 2011/2014?
A entidade colocou para a próxima gestão, as seguintes bandeiras:
TRANSPETRO
1) Inclusão da AMS para os aposentados, pensionistas e dependentes da TRANSPETRO nos mesmos moldes do praticado pela PETROBRÁS;
2) Pela reintegração total da TRANSPETRO pela a PETROBRÁS;
3) Luta para que as atividades fim da TRANSPETRO não sejam repassadas a terceiros, como ocorre hoje em SUAPE. (O Terminal da DECAL executa operações que eram de responsabilidade exclusiva da TRANSPETRO, com mão-de-obra 100% terceirizada); pela reposição e manutenção dos postos de trabalho no TA/SUAPE, onde seja realizada atividade fim da Petrobras/Transpetro (operação, manutenção, etc), conforme legislação,e forma de garantir a segurança operacional e meio ambiente das instalações do terminal e do Pool de Suape.
APOSENTADOS
4) Garantia da AMS para todos os APOSENTADOS que optarem em continuar trabalhando, nas empresas do Sistema PETROBRÁS;
5) Defender a dignidade e o respeito aos APOSENTADOS, promovendo sempre o vínculo destes com a categoria petroleira, através de atividades sócio-culturais, e através de reuniões temáticas ou de gestão sindical;
REFINARIA DE PERNAMBUCO
6) Lutar pelo retorno dos operadores da Refinaria Abreu e Lima que estão estagiando em diversas Unidades da Empresa, aos seus Estados de origem, com o auxílio transferência correspondente;
COPERGAS
7) Lutar por um plano de carreira para COPERGAS, que viabilize a justa e automática ascensão dos seus trabalhadores;
8) Lutar para que os empregados próprios da COPERGAS conquistem e ocupem cargos que hoje são loteados por empregados comissionados;
TODOS / SISTEMA PETROBRÁS
9) Luta permanente por melhorias na AMS, em Pernambuco e Paraíba;
10) Lutar pela inclusão de mais cursos na lista do Programa Jovem Universitário, e pela extensão do benefício para os empregados do Sistema PETROBRÁS;
11) Lutar pela promoção automática de Pleno para Sênior como acontece de Júnior para Pleno;
12) Lutar pela implantação do Adicional de Titulação Acadêmica, a ser concedido aos empregados com qualquer diploma de graduação e pós-graduação, incentivando desta maneira uma melhor qualificação do empregado;
13) Ampliar o número de filiados e a consciência política dos trabalhadores como agentes de transformação para melhoria das relações trabalhistas;
14) Aumentar os convênios existentes com empresas de serviços, fazendo valer a força da Unidade Petroleira;
15) Defender e reforçar a Política de Primeirização, no Sistema PETROBRÁS;
16) Combater constantemente o nepotismo, o assédio moral e sexual;
17) Modernizar do Estatuto do Sindicato;
18) Criar imediatamente um conselho consultivo, ampliando a participação dos trabalhadores na gestão do Sindicato;
19) Lutar incessantemente por um ambiente de trabalho seguro para todos os trabalhadores, próprios e terceirizados em todo Sistema PETROBRÁS ;
20) Apoiar a atual gestão do Clube dos Empregados da PETROBRÁS na luta pela restauração dos ativos e dos bens do Clube, como também da dignidade.
Desde a descoberta do pré-sal, o Sindipetro PE/PB envolveu-se na luta por uma nova lei do petróleo que garanta as riquezas do pré-sal para o povo brasileiro. Desde então, muitos atos e audiências públicas foram realizadas, com a presença da FUP e de outros sindicatos filiados. Como serão as novas mobilizações da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso”, no estado de Pernambuco e Paraíba?
A entidade vem se empenhando em realizar debates nas universidades e audiências públicas por todo estado, abordando o tema pré sal. O sindicato acredita que essa seja uma das maneiras de conscientizar a população e esclarecer várias questões sobre um fato tão relevante para a sociedade. Ressalto também a importância do MST (Movimento Sem Terra), através de seu coordenador Jaime Amorim, que colabora com esta, entre outras bandeiras de luta elencadas pelo movimento sindical petroleiro. Em agosto de 2009, foi realizada uma marcha na cidade de Pombos até a capital, que fica a 64km de distância de Recife, com aproximadamente três mim participantes. Entre a principal bandeira de luta do movimento que é a reforma agrária, a necessidade de uma nova lei do petróleo para o pré-sal também foi citada na mobilização.
Durante o último triênio, você, como coordenador do Sindipetro PE/PB também participou ativamente das atividades do MOVA BRASIL, projeto de alfabetização de jovens e adultos, desenvolvido pelo Instituto Paulo Freire e Petrobrás, com apoio da FUP. Fale sobre a última etapa do MOVA, e cite as perspectivas do projeto para 2011.
O projeto MOVA Brasil existe desde 2003, e que com a articulação feita, em 2006, a entidade conseguiu contemplar os estados de PE e PB. Em 2006, atuei como articulador social regional e em 2008 passei para a articulação social nacional, ou seja em nove estados.
É claro que não poderia deixar de mencionar que o sucesso do projeto se deriva da dedicação e empenho dos articuladores sociais regionais que são voluntários, bem como de toda equipe do IPF (Instituto Paulo Freire) e da Petrobrás. Além da contribuição dos parceiros locais, que também é muito importante para o desenvolvimento do projeto.
Venho aprendendo muito com o projeto MOVA Brasil, pois passamos efetivamente a conhecer um Brasil fora dos meios de comunicação, que na maioria das vezes são manipulados em exibir matérias sensacionalistas e lucrativas.
Outra experiência foi quando o MOVA passou a desenvolver atividades no sistema prisional. A partir disto, pude verificar outra realidade, daqueles que estão reclusos, e sem oportunidade de aprender. Sei que este projeto se desdobra significativamente quando capacitamos todos aqueles que tem interesse em aprender a ler e escrever, independente de idade, sexo, religião, localidade, todos tem a mesma oportunidade.