A Petrobrás, que já vinha tendo uma postura intransigente e desrespeitosa com os trabalhadores na Comissão Nacional Permanente de Benzeno (CNPBz), ultrapassou todos os limites na última reunião, realizada nos dias 05 e 07 de novembro, em Belo Horizonte. Os representantes da empresa afirmaram com todas as letras que irão proibir a partir do ano que vem as visitas da Comissão nas unidades de refino.
A atitude ditatorial dos representantes da Petrobrás na CNPBz (que é tripartite e tem representações também do governo e dos sindicatos) indignou toda a bancada dos trabalhadores. O momento mais tenso da reunião foi quando a gerente de saúde e médica do trabalho, que representava a Petrobrás na reunião, confrontou os dirigentes sindicais petroleiros e, com o apoio da bancada patronal, inviabilizou o fechamento do calendário de atividades da Comissão para 2015, ao impedir o agendamento de visitas técnicas no Sistema Petrobrás.
“Não permitiremos que esse tipo de atitude, de pessoas que se acham donas da Petrobrás, traga retrocesso em relação à segurança e à saúde dos trabalhadores. E, se a diretoria da empresa estiver sendo conivente com esse tipo de atitude dos seus representantes na CNPBz, a FUP tomará providências imediatas junto aos petroleiros”, declarou o diretor do Sindipetro Unificado de São Paulo, Auzélio Alvez, um dos integrantes da bancada dos trabalhadores.
“Não é possível que continuemos na Comissão assegurando apenas direitos já adquiridos na década de 1990. Precisamos conquistar mais, pois estamos lidando com um agente altamente cancerígeno, que não tem limite seguro de exposição do trabalhador”, ressaltou o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, que também integra a bancada dos trabalhadores na CNPBz.
Os dirigentes sindicais ressaltaram que há 10 anos não há avanços significativos na Comissão, justamente em função da intransigência e autoritarismo dos representantes da Petrobrás, que tentam a todo custo impor limites de exposição para o benzeno.
Fonte: FUP