O dia 1º de maio é dia de luta de todos trabalhadores e trabalhadoras ao redor do mundo. Sua história está intimamente ligada à reivindicação pela redução da jornada de trabalho e por melhores condições de trabalho. Nesse ano, a CUT estará em todo Brasil levantando suas bandeiras por um modelo de desenvolvimento com valorização do trabalho, com distribuição de renda e direitos. Este modelo de desenvolvimento que vem sendo pautado pela CUT precisa considerar a condição social das mulheres e sua situação no mercado de trabalho.
A presença das mulheres no mercado de trabalho ainda é fortemente marcada pela discriminação e super exploração. Mesmo as mulheres sendo um terço do total de chefes de família, seu trabalho e sua renda continuam sendo encarados como "auxiliar". Tal situação contribui para que o salário das mulheres, mesmo quando estas tem mais anos de estudo, continuem sendo menores, em média 30% do que o dos homens, e as torna os primeiros alvos do rebaixamento de salário e da demissão.
Além disso, nas profissões tidas como femininas é socialmente permitido ao empregador pagar menos a uma mulher porque é como se ela não tivesse se qualificado por anos para exercer aquela profissão. Ou seja, é o mesmo que afirmar que para ser professora, psicóloga, enfermeira, assistente social, ou demais profissões tidas de "mulheres" estas não precisariam qualificar-se afinal, já nascem "naturalmente" sabendo cuidar das pessoas, e ainda por cima, esse trabalho relacionado ao cuidado é desvalorizado em nossa sociedade.
Exemplo disso são as trabalhadoras domésticas de nosso país, cerca de 8 milhões o que equivale a 17% do total de mulheres empregadas, na imensa maioria negras, que recebem no máximo um salário mínimo, tem condições precárias de trabalho, sem direitos trabalhistas, vítimas constante do assédio sexual e moral, realizam um trabalho extremamente importante, e não são valorizadas.
Outra questão que marca a vida produtiva das mulheres é que estas estão em grande número no trabalho informal, com ausência de carteira assinada, sem proteção social, com trabalho temporário e vitimas das doenças ocupacionais em virtude do trabalho repetitivo. São milhões de excluídas de direitos trabalhistas. As jornadas são mais flexibilizadas e estendidas, além do acúmulo do trabalho doméstico.
O fato das mulheres serem responsáveis pelo cuidado da casa, dos filhos, doentes e idosos, limita suas possibilidades no mercado de trabalho. É bom para o modelo capitalista que as mulheres continuem sendo as responsáveis pelo cuidado, pois desta maneira o Estado exime-se de investir nestas áreas essenciais especialmente para a população de baixa renda. Para que as mulheres possam ter melhores condições de buscar a igualdade no mercado de trabalho é imprescindível garantir investimentos na área social, com creches públicas, educação, saúde, transporte, proteção social, dentre outras áreas fundamentais.
Um projeto de desenvolvimento que contemple as trabalhadoras precisa garantir a valorização do salário mínimo e o investimento em políticas públicas universais. A agenda de reivindicação por condições mais igualitárias para a entrada e permanência das mulheres no mercado de trabalho, passa, necessariamente, pela construção de um outro modelo de desenvolvimento, e é com este objetivo estratégico que a CUT relançou sua Campanha "Igualdade de Oportunidades".
Neste 1º de Maio em que a CUT "tomará as ruas em defesa do emprego, da renda e dos direitos, levantando a bandeira do desenvolvimento, da justiça e da solidariedade" conclamamos todas as mulheres trabalhadoras a participarem das atividades de nossa Central e de seus sindicatos, e a se somarem na luta por igualdade de oportunidades entre homens e mulheres na vida, no trabalho e no movimento sindical.