Novo vazamento de nafta com benzeno na Rlam

 

Sindipetro-BA

Campeã nesta modalidade, na última quarta (24\4) ocorreu mais um acidente no F-4634E, com vazamento de nafta contendo benzeno.

O produto químico gerou uma atmosfera insalubre no raio do tanque com concentrações de benzeno de 5 ppm (partes por milhão). Operadores, técnicos de segurança e outros trabalhadores ficaram expostos ao agente cancerígeno benzeno.

A CIPA e GTB da RLAM acionaram a direção do sindicato, que cobraram mais uma vez ao GG avaliação ambiental e controle biológico dos trabalhadores que atuaram na emergência. A informação da gerência de Transferência e Estocagem foi a de que a maior parte da nafta tinha sido transferida para a Braskem e outros tanques do parque; outra parte seria mandada para uma Bacia de Água e Óleo, área já notificada pelo MTE por lançar vapores orgânicos para a atmosfera/zona respirável.

O Sindipetro Bahia comunicará mais esse lamentável acidente aos órgãos de fiscalização: MTE, MPT, CESAT e CNPBz.

Gestão equivocada torna ambiente nefasto ao trabalho

O Centro Integrado de Controle – CIC –  espaço mais importante, complexo e estratégico da Refinaria, deveria ter atenção especial da  gerência da RLAM, mas não é isso o que ocorre.

Coração da operação dos processos na unidade e que exige dos profissionais ali lotados o máximo da capacidade técnica de cada um, em qualquer dos turnos, o CIC peca pela falta de humanização no ambiente de trabalho e no aspecto ergonômico.

O local retrata o caos: péssimas condições ergonômicas de trabalho dos operadores (as) nas ICS, cadeiras quebradas, chão sujo, enorme poluição visual, falta de armários e acomodações, entre outros desleixos da gerência.

No Centro Integrado de Controle da RLAM dezenas de técnicos de operação são submetidos a uma rotina estressante e a trabalhos repetitivos, mas apesar da gestão ter conhecimento dessa realidade, nunca reconheceu o ditame legal que garante aos trabalhadores, entre outros direitos, o descanso de 15 minutos a cada hora trabalhada, direito este que atenuaria o estresse provocado por telas e monitores.

Não bastasse a peculiaridade ergonômica do trabalho no SDCD, os técnicos de operação têm que enfrentar no dia a dia o COTUR, ou “Capitão do Mato”, que numa espécie de “Big Brother” vive a atazanar a vida dos trabalhadores. Usam como método de trabalho práticas de assédio moral, descendo ao ridículo de  até “fiscalizar” se os técnicos usam a camisa dentro da calça; frustrados, agem como se fossem “fiscais” de etiqueta e do comportamento humano.

Os casos de abusos são muitos, o que levou recentemente alguns profissionais – alguns são pais de famílias com mais de 30 anos de empresa – a reagirem à tentativa de serem humilhados e constrangidos durante o turno.

Temos unidades complexas onde se tem apenas um técnico de operação consolista, e com apenas uma pessoa no console, gera dificuldades aos trabalhadores até para fazerem as suas necessidades fisiológicas ou alimentação adequada. Imaginem se o trabalhador tem algum mal súbito ou problema de saúde? 

Os “Capitães do Mato” fingem que não enxergam essa situação  e não estão nem aí, tudo isso como uma prática generalizada de subserviência ao GG, senhor Nei Argollo.

 Reforma do futuro  

Toda vez que a gerência e o COTUR são cobrados sobre as péssimas condições de trabalho do CIC, que envergonha a quem conhece outros ambientes de trabalho semelhantes na própria Petrobrás, a desculpa há mais de cinco anos é: “no futuro será feita uma reforma”.

Enquanto tudo continua “no futuro”, os trabalhadores estão confinados e amontoados numa sala fechada, espécie de bunker ou casamata. A cada dia chegam novas unidades operacionais e se continua sem nenhuma visão externa ou janela, a gerência ataca com nefastas e subjetivas práticas de assédio moral .

A direção do Sindipetro Bahia denuncia esse quadro caótico de gestão e entende que a pressão psicológica e o assédio moral podem inclusive induzir os técnicos de operação ao erro, mesmo porque somos todos humanos e reagimos quando submetidos a níveis elevados de pressão psicológica. Portanto, exigimos respeito e dignidade aos trabalhadores da RLAM, como prescrito na Constituição e no próprio Código de Ética da Petrobrás.