Em menos de 24 horas, duas ocorrências graves trouxeram à tona esta semana as condições cada vez mais inseguras de trabalho nas refinarias da Petrobrás. Na madrugada do último dia 29, um acidente na Unidade de Coque da Replan (Campinas/SP) feriu gravemente um operador, quando, durante a ronda na área, notou um vazamento no filtro de GOP (gasoleo pesado) e solicitou ajuda de outro operador. Os dois fechavam os bloqueios do filtro quando o dreno rompeu e um jato de óleo a 350°graus atingiu um dos operadores no peito e na face. O petroleiro foi levado para o Hospital de Queimados de Limeira, com queimaduras no rosto, barriga e braços.
Na noite do mesmo dia 29, outra ocorrência deixou em sobressalto os trabalhadores da Repar (Araucária/PR) e a comunidade, assustada com gigantes labaredas de fogo avistadas pela população do entorno da refinaria e também da região Sul de Curitiba. A Petrobrás divulgou que houve um procedimento de manutenção na unidade, mas informações apuradas pelo Sindipetro-PR/SC dão conta de que houve uma ocorrência operacional, causada por uma falha de equipamento no sistema de lubrificação do compressor de gases da Unidade de Desasfaltação e Craqueamento Catalítico Fluidizado (DCCF). Todos os produtos gerados pela unidade (gás de refinaria, glp e nafta) foram direcionados para as três tochas da Repar, liberando grande quantidade de fogo e fumaça preta, o que assustou a população.
No último dia 18, a FUP denunciou ao Ministério Público do Trabalho que as unidades de processamento da Petrobrás estão trabalhando com carga máxima, muitas vezes acima da capacidade para a qual foram projetadas.Como as instalações são antigas e não recebem a manutenção devida, o risco de acidente é potencializado. Nesta sexta-feira, 01/08, a FUP participou de mais uma reunião da Comissão de SMS onde tornou a exigir condições seguras de trabalho e mudanças estruturais na política de segurança.
Fonte: FUP
