Nova ocorrência leva pânico aos petroleiros da P-35, na Bacia de Campos

Trabalhadores notaram um odor característico da presença de gás sulfídrico (H2S), o chamado gás da morte, e avisaram à segurança.





Sindipetro NF

Nova ocorrência na P-35, na madrugada do último dia 4, acentuou o pânico vivido pelos petroleiros da unidade. Trabalhadores notaram um odor característico da presença de gás sulfídrico (H2S), o chamado gás da morte, e avisaram à segurança. Foi confirmada a existência de 1,5 ppm do gás no camarote e 5 ppm no casario. Alguns petroleiros chegaram a sentir dor de cabeça.

Foi detectado que uma possível origem do gás era um tanque desativado. Por meio de um suspiro, o gás estava entrando no sistema de ventilação. O gás H2S se reproduz a partir de microorganismos que podem se formar, por exemplo, em água parada, como foi o caso. Foi colocado um tubo que desviou o gás para a parte externa do navio.

CATs da intoxicação

O Sindipetro-NF recebeu nesta semana, da Petrobrás, 43 Cats (Comunicação de Acidente de Trabalho) em relação ao caso de intoxicação por monóxido de carbono na P-35, no último dia 26. Para a entidade, deveria ter sido emitidas CATs para todos os 194 petroleiros a bordo.

Apesar de 22 trabalhadores terem desembarcado para atendimento médico, apenas oito CATs registraram necessidade de afastamento, em mais um caso de subnotificação — que, como disse o presidente da Petrobrás, José Gabrielli, é crime e deve gerar demissão do responsável.

O sindicato protocola hoje ofício na empresa que cobra a avaliação médica, física e psicológica, de todos os trabalhadores que estavam embarcados na plataforma no dia do vazamento. Há grande pânico na unidade, em razão das ocorrências de intoxicação. Trabalhadores relatam que há colegas que não conseguem dormir, com medo de serem intoxicados durante o sono.

Nesta semana, o sindicato também protocolou pedido de interdição da plataforma junto aos órgãos fiscalizadores da ANP (Agência Nacional do Petróleo), MPT (Ministério Público do Trabalho) e SRTE (Superintendência Regional do Trabalho). O pedido de interdição foi referendado por assembleia que reuniu no último domingo 126 petroleiros a bordo. Participaram trabalhadores da Petrobrás e de empresas privadas.