Nova greve no Comperj rechaça intransigência do sindicato patronal

A paralisação foi iniciada no dia 14 de fevereiro, após recusa das empreiteiras em dar continuidade às negociações…

 CUT

Com data-base em fevereiro, os operários responsáveis pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) estão sendo pressionados pelo sindicato patronal, que se recusa a negociar com os trabalhadores em greve. 

A paralisação foi iniciada no dia 14 de fevereiro, após recusa das empreiteiras em dar continuidade às negociações, aproveitando-se de conflitos internos e utilizando com justificativa a falta de segurança. 

“Já havíamos realizados quatro rodadas tirando uma agenda de negociação onde se previa que na primeira assembleia do ano voltaríamos a discutir a pauta de reivindicação, ou seja, depois do Carnaval. Mas nos dias 9 e 10 de fevereiro ocorreram alguns conflitos internos entre trabalhadores de diferentes empreiteiras. Tentamos mediar a situação, mas os patrões utilizaram este caso isolado como pretexto para interromper as negociações”, informa Marcos Hartung, secretário de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Madeira (Conticom). 

Diante deste imbróglio, uma nova assembleia foi chamada para o dia 14 onde os operários definiram pela realização de uma nova greve. Já durante o Carnaval, a Petrobrás entrou com interdito proibitório, impedindo qualquer ação do Sindicato nos canteiros de obra. 

“É a velha tática das estatais. Utilizam do interdito para engessar nossas ações e dizem que só vão negociar depois de encerrada a paralisação. É pressão total contra os trabalhadores”, rechaça Hartung. 

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Mobiliário de São Gonçalo e Região (Sinticom) já entrou com um pedido de liminar para que seja feito o pagamento da PLR vencida em janeiro. 

A paralisação, segundo ele, alcança hoje cerca de 80% do efetivo de trabalhadores. A pauta de reivindicações da categoria contempla a luta por um reajuste de 18% no Piso Salarial, R$390,00 de vale-alimentação, incorporação do abono negociado em novembro e folga de campo para visitar a família.