CUT
As obras de construção do ‘maior’ Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro no município de Itaboraí, o Comperj, como divulga a Petrobrás, estão novamente paralisadas.
Os 15 mil operários do Complexo iniciaram uma greve nesta segunda-feira (9) para pressionar o sindicato patronal a acatar suas reivindicações.
Com data-base em 1º de fevereiro, os trabalhadores estão lutando por aumento salarial de 12%, vale alimentação de R$ 300, folga de campo para aqueles residentes em outras regiões mais a garantia de que não haverá desconto dos dias parados.
“Apresentamos esta pauta de reivindicações para o patronato em dezembro. Desde então, nenhum avanço foi concretizado”, informa Marcos Aurélio Hartung, secretário de Formação da Conticom/CUT (Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira).
Além do processo de valorização do trabalhador, estas reivindicações servirão também para amortizar a defasagem e a discrepância existente no Comperj, quanto a salários e direitos, em relação às outras obras públicas em todo o Brasil.
Para Hartung, somente o estabelecimento de um Contrato Coletivo Nacional para o Ramo da Construção poderá acabar com esta diferenciação, garantindo condições igualitárias em questões sociais e trabalhistas.
“Enquanto não houver uma Lei que garanta o estabelecimento de um Piso Nacional e de condições mínimas de trabalho greves continuarão pipocando por todo o Brasil. Um companheiro me informou que os trabalhadores da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) recusaram uma PLR de R$ 15 mil. Realidade totalmente diferente do Comperj, onde um ajudante ganha apenas R$ 900,00 e um profissional chega a R$ 2.500,00. Como que pode haver uma discrepância tão grande entre duas operações da Petrobrás?”, indaga o dirigente.
Ele exaltou a assinatura do Pacto da Construção Civil, com a garantia de compromissos para melhorar as condições de vida e trabalho do segmento, mas lembrou que este dispositivo acaba se tornando inoperável à medida que não está garantido na Lei.
“Dentro do próprio Comperj, uma obra com mais de 15 mil trabalhadores, mais de sete consórcios e 20 empresas, há diferença salarial. Trabalhadores na mesma função e atividade, mas com salário diferenciado. Isso gera uma revolta dos companheiros e se torna inevitável a realização de uma greve”, adverte Hartung.
Os trabalhadores aguardam agora um posicionamento do sindicato patronal.