De acordo com notícias publicadas pelo portal Click Petróleo e Gás e o jornal O Estadão, fontes próximas ao novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, e ao Governo Federal, informaram que a estatal deve cancelar o processo de privatização da Petrobrás Biocombustível (PBio). Jean Paul Prates se tornou presidente da Petrobrás nesta quinta-feira (26), após aprovação unânime do Conselho de Administração da empresa.
Uma das maiores empresas de biocombustível do país, a Petrobrás Biocombustível possui três unidades espalhadas localizadas em Minas Gerais, Bahia e Ceará. Juntas, elas possuem capacidade produtiva de 580 mil m³/ano. Porém, além da falta de investimento a qual as unidades citadas estavam submetidas, a unidade cearense está atualmente em estado de hibernação.
Em 2020, sob comando de Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes, a Petrobrás anunciou a fase vinculante do processo de venda da PBio. O desinvestimento no “braço verde” da Petrobrás fazia parte de um pacotes de maldades do Governo Federal, que incentivava a destruição do meio ambiente a partir da negação do aquecimento global, do incentivo ao uso indiscriminado de agrotóxicos e pela recusa de fortalecer o projeto de transição energética brasileiro.
O Sindipetro/MG anseia que a nova gestão da Petrobrás retome o diálogo com a categoria e realinhe a empresa aos seus compromissos sociais com o povo brasileiro. Esse realinhamento passa por retomar uma política de valorização dos trabalhadores e o fim do sucateamento das unidades da empresa; o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) para os combustíveis; a redução no preço do gás de cozinha; e a retomada de políticas ambientais e de transição energética.
Luta da categoria foi essencial para defender PBio
Em 20 de maio de 2021, a categoria petroleira da Petrobrás Biocombustível iniciou uma greve que ficaria marcada em nossa história. A luta em defesa dos empregos, da usina e da agricultura familiar contou com adesão massiva dos trabalhadores e supervisores da Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro (PBio), em Montes Claros/MG, da Usina de Candeias, na Bahia, e também dos trabalhadores da sede no Rio de Janeiro.
Durante toda a greve, a categoria petroleira conquistou o apoio de movimentos populares, de parlamentares e demais entidades civis. Esse foi um movimento importante para reforçar a relevância dos investimentos em biocombustíveis e em uma nova matriz energética, assim como no papel da Petrobrás na redução das desigualdades regionais e no desenvolvimento do país.
Modelo energético e desenvolvimento
A Petrobras Biocombustível (PBio) é fundamental para a transição energética no Brasil. Como uma empresa estatal, a Petrobrás tem a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias e fontes de energia mais sustentáveis. A empresa é um exemplo disso, com a produção de biocombustíveis que são uma alternativa mais limpa e ecológica aos combustíveis fósseis tradicionais.
Além disso, a PBio tem um impacto positivo no desenvolvimento regional, com a geração de empregos diretos e indiretos e a compra de produtos da agricultura familiar. A venda da PBio representaria uma saída da Petrobrás desta discussão sobre transição energética e desenvolvimento regional, deixando a produção de biocombustíveis inteiramente nas mãos do setor privado, que pode não ter a mesma preocupação com o futuro e o meio ambiente.
[Da imprensa do Sindipetro MG]