Nova explosão no Golfo do México alerta para a insegurança na indústria de petróleo

Os acidentes e mortes na indústria de petróleo são reflexos de gestões que colocam a produção e o lucro acima da segurança…





Imprensa da FUP

A explosão no último dia 02 de mais uma plataforma no Golfo do México é mais um alerta para que os gestores da Petrobrás concentrem esforços para resolver os problemas de segurança que a FUP e seus sindicatos vêm denunciando há anos. Após a morte de 11 trabalhadores da plataforma da BP que explodiu no dia 20 de abril, causando o maior desastre ambiental da indústria petrolífera, outra plataforma incendiou no Golfo do México, após uma explosão que, por sorte, não matou os 13 trabalhadores que estavam à bordo. Segundo informações preliminares, um petroleiro ficou ferido neste acidente, cujo impacto ambiental ainda não foi dimensionado. A plataforma era operada pela empresa texana Mariner Energy e estava localizada a 320 quilômetros da plataforma da BP que explodiu em abril. Segundo as agências internacionais de notícias, a petrolífera já havia sido autuada pelo menos dez vezes, devido à insegurança e frequentes acidentes.

Qualquer semelhança com a Petrobrás, não é mera coincidência. Apesar de todo o discurso sobre responsabilidade social e ambiental, a empresa tem negligenciado as questões de segurança, expondo constantemente os trabalhadores a riscos nas unidades operacionais. As denúncias da FUP e do Sindipetro-NF sobre as condições precárias de segurança das plataformas da Bacia de Campos levaram os órgãos fiscalizadores a aumentar a pressão sobre a empresa. Só após muita mobilização da categoria, os gestores da Petrobrás começam, ainda timidamente, a sair da inércia, antecipando paradas de manutenção em algumas plataformas. Os gerentes, no entanto, seguem escamoteando problemas graves, como corrosões generalizadas nas instalações e equipamentos.

Em seminário realizado no último dia 02 pelo Ministério do Trabalho para discutir a segurança e saúde no trabalho em plataformas, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, denunciou o descaso das empresas do setor com as reivindicações dos trabalhadores. Ele ressaltou que muitas das empresas privadas sequer reconhecem a representatividade dos sindicatos petroleiros, negligenciando e precarizando ainda mais as condições de trabalho e segurança. A FUP tem aumentado a pressão para que a Petrobrás e as petrolíferas privadas discutam com o movimento sindical suas práticas de SMS, visando à construção conjunta de uma política de saúde e segurança focada na prevenção e nas reais necessidades dos trabalhadores. Os acidentes e mortes na indústria de petróleo são reflexos de gestões que colocam a produção e o lucro acima da segurança. Um modelo falido, como comprovam os recentes acidentes no Golfo do México e como a FUP já havia alertado nove anos atrás, durante a explosão e afundamento da P-36, que matou 11 trabalhadores.