As diretorias do Sindipetro-NF e da FUP conclamam a todos os trabalhadores sobre uma reflexão de como estão as relações de trabalho nos seus locais. Gerentes respeitam seus subordinados? Padrões de segurança são cumpridos? O efetivo mínimo para uma operação, com segurança, das áreas operacionais tem sido respeitado?
Hoje a categoria vive um retrocesso em algumas políticas da empresa, desde operadores com sobrecarga de PT’s em plataformas que sequer pertencem, descumprindo o prazo de 6 meses, passando pelo corte de internet, até trabalhadores sendo levados a trabalhar mesmo depois de acidentes graves. São várias as denuncias de desmandos de gerentes que ficam sem punição. Enquanto isso, uma farta distribuição de punições infundadas sobre os ombros dos trabalhadores.
Urge uma mudança nessa política que só virá se os trabalhadores assumirem parte do controle da mudança e mostrarem sua força através de uma greve. O sindicato e a federação alertam para o equívoco do discurso adotado pelos gerentes de que a Petrobras estaria “quebrada”. Uma estratégia montada para tentar convencer a categoria a não fazer a greve proposta pelas entidades sindicais.
Os trabalhadores não devem deixar-se levar pela panaceia montada de que a empresa, caso haja greve, vai deixar de honrar salários ou outras afirmações estapafúrdias repetidas pelos gerentes. As demonstrações claras de que isso não se sustenta estão nas obras feitas no edifício Senado que custaram 14 milhões de reais para que a diretoria ocupe provisoriamente e nos patrocínios e mordomias mantidas nas várias instâncias da empresa.
A greve é a única arma dos trabalhadores para lutar pelos seus interesses no momento em que o governo, enfraquecido, entregou, irresponsavelmente, a gestão da empresa ao mercado. Este é o último recurso para forçar uma negociação, depois de ter entregue sua pauta há mais de 60 dias e procurar diálogo com a gestão da empresa e com o governo.
O que ocorre de fato é implementação de um projeto de Petrobras que planeja redução de investimentos e privatizações de 40% da empresa em 4 anos. Nesse cenário, a Petrobrás anuncia corte de projetos e saída da empresa de áreas importantes como a perfuração de poços. Anuncia também a venda de partes da empresa, os tais “desinvestimentos” de bilhões de reais, e tenta implantar o desmantelamento do sistema Petrobrás, concretizado com a tentativa de discutir o ACT em mesa de negociações individuais por empresa.
A FUP e seus sindicatos reafirmam que os interesses da categoria serão respaldados a priori pela “Pauta Pelo Brasil”, não aceitando nenhum retrocesso. As discussões sobre o ACT em si só começarão a ser consideradas quando a Petrobras chamar uma mesa integrada de todas as empresas para a negociação. Repudiamos a tentativa de negociação fatiada. Com isso conclamamos os trabalhadores para o “bom combate”. Não podemos eliminar consequências sem combater as causas. Os ataques desferidos nos direitos dos trabalhadores, confirmados na proposta feita pela Petrobras, têm por causa o projeto de Petrobras definido no último Plano de Negócios e Gestão.
A greve por tempo indeterminado aprovada, e podendo começar a qualquer momento, é o respaldo necessário para o movimento sindical forçar avanços na pauta pelo Brasil. Por esse motivo chamamos todos a reflexão sobre a necessidade de realizar as assembleias e aprovar o indicativo.
Todos às assembleias!
Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF.
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CONFIRA MANIFESTOS DE P-20 E DE P-07 SOBRE INDICATIVO DE GREVE