Os petroleiros sofreram uma série de ataques durante os dois governos do PSDB, principalmente em função da resistência à privatização da Petrobrás. Os tucanos acabaram com a estabilidade no emprego e o extraturno (dobradinha) e tentaram fazer o mesmo com a AMS, o regime 14×21 e o plano de cargos. Além disso, o governo editou uma resolução que impôs diferenciações para os trabalhadores admitidos após setembro de 1997, que perderam adicionais, o pagamento integral das férias e horas extras, entre outros direitos. Somente após 2003, conseguimos recuperar o que foi retirado pelos tucanos.
ARROCHOS X GANHOS REAIS
O arrocho salarial foi uma das marcas dos governos do PSDB. Na Petrobrás e subsidiárias, os reajustes sequer cobriam a inflação. Em 1998, a empresa impôs zero de reajuste salarial, apesar da inflação de 2,55%. O resultado desta política é que entre 1996 e 2002, os petroleiros acumularam 9,9% de perdas salariais. Somente nos governos Lula e Dilma, a categoria voltou a recuperar o poder de compra, conquistando ganhos reais em todas as negociações. Segundo o Dieese, entre 2003 e 2014, os salários dos petroleiros acumularam 45,4% de aumento acima da inflação.
Outra conquista importante nos últimos anos foi o fortalecimento do plano de cargos e salários, garantindo a progressão automática, sem privilégios e discriminações. Nos governos do PSDB, os avanços de níveis e cargos era integralmente controlados pelas gerências, que faziam do PCAC o principal instrumento de cooptação e punição dos trabalhadores.
Petroleiros viveram anos de chumbo!
Em 1994, as perdas econômicas dos petroleiros chegavam a 100%. Mesmo após duas greves da categoria, o governo Itamar Franco descumpriu o acordo de interníveis. O tucano Fernando Henrique Cardoso, que era ministro de Itamar, assumiu o governo em 1995 e intensificou o arrocho salarial, levando os petroleiros novamente à greve.
O governo do PSDB partiu para o confronto, invadindo as refinarias com tanques e tropas do Exército. Após 32 dias de enfrentamento, os petroleiros iniciaram uma nova luta para reverter as demissões e as multas milionárias que FHC impôs à FUP e aos seus sindicatos. Não bastasse tudo isso, o governo lançou ainda um decreto, proibindo a livre negociação de salários nas empresas estatais.
Anistia: primeira grande conquista no governo Lula
Após tomar posse em 2003, o ex-presidente Lula assumiu o compromisso de anistiar e reintegrar os trabalhadores da Petrobrás e subsidiárias demitidos arbitrariamente por participações em movimentos reivindicatórios nos governos FHC, Itamar e Collor. A FUP e seus sindicatos estiveram à frente do processo onde anistiamos 88 demissões, 443 advertências, 269 suspensões e 750 punições aplicadas contra os trabalhadores durante as greves de 1994 e 1995. Além disso, conseguimos trazer de volta aos quadros da Petrobrás mais de 1.200 trabalhadores anistiados da Interbrás, Petromisa, Petroflex e Nitriflex, subsidiárias que haviam sido extintas e privatizadas no início dos anos 90.
Fonte: FUP