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Começou na última quinta-feira (6) a VI Conferência Internacional da Via Campesina, que segue até o dia 13 em Jacarta, na Indonésia. Com o tema “Pela terra e pela soberania de nossos povos, com solidariedade e luta”, o evento marca a comemoração dos 20 anos de existência do movimento camponês internacional e será precedido pela IV Assembleia Internacional de Mulheres e III Assembleia Internacional de Jovens.
Realizadas a cada quatro anos, as Conferências Internacionais da Via Campesina são uma oportunidade de reunir centenas de camponeses/as de vários países para discutirem suas demandas, construírem suas agendas comuns de mobilização e tomar decisões. O objetivo é fortalecer e consolidar o movimento para impulsionar os/as camponeses/as e indígenas participantes a continuarem defendendo os interesses de comunidades rurais de todo o planeta. A meta é criar um modelo alternativo de desenvolvimento rural com participação democrática.
“No atual contexto de crise econômica, ambiental, social e alimentar, os movimentos camponeses de todo o mundo debaterão sobre as alternativas que a soberania alimentar e a agricultura camponesa oferecem frente ao agronegócio e as políticas de modelo neoliberal. O movimento campões internacional buscará estratégias de lutas contra o capitalismo verde, o acúmulo de terra e outros bens comuns que põe em perigo o equilíbrio entre a terra e a humanidade”, explica a Via Campesina.
Entre os temas principais desta conferência estão “a mudança climática e o capitalismo verde: defendendo a terra”, “terra é vida: campanha contra o acúmulo de terras e por uma reforma agrária genuína”, “basta de violência contra as mulheres: reafirmação da campanha internacional”, “corporações transnacionais”, “tratados de livre comércio, a OMC e a Soberania Alimentar” e “sementes e agroecologia”.
Nesta edição, que coincide com seus 20 anos de “luta e resistência”, a Via Campesina irá elaborar e adotar um novo documento, que norteará os passos do movimento para os próximos anos, além de formular um novo plano de ação coletivo. Também serão eleitos os novos membros do Comitê de Coordenação Internacional e serão definidos os posicionamentos e as políticas para os quatro anos seguintes.
Em paralelo à Conferência central, que terá sua abertura oficial no dia 9, serão realizadas as Assembleias Internacional de Mulheres, dias 6 e 7 de junho, e a de Jovens, nos dias 8 e 9. Entre os dias 9 e 11, haverá uma exposição de Agroecologia Camponesa, organizada pela União de Camponeses da Indonésia, onde será feita uma demonstração do cultivo ecológico ao estilo asiático. No dia 13, todos/as os/as participantes são chamados/as a visitarem uma aldeia camponesa em Sukabumi.
A expectativa é que participem da Conferência 500 delegados e delegadas, camponeses/as e pequenos agricultores integrantes de 150 organizações de mais de 70 países. Cerca de 100 líderes de movimentos sociais, representantes de organizações não-governamentais e de governo ligados às temáticas do campo participarão de algumas sessões como observadores.
A I Conferência Internacional da Via Campesina foi realizada em 1993, na Bélgica. A segunda teve lugar em 1996, no México. No ano 2000, a Índia foi o país sede da III Conferência Internacional da Via Campesina e da I Assembleia de Mulheres. A quarta edição da Conferência e a segunda da Assembleia de Mulheres aconteceram no Brasil em 2004. Neste mesmo ano foi inaugurada a I Assembleia de Jovens. A V Conferência Internacional foi realizada em 2008, em Moçambique, assim como a terceira Assembleia de Mulheres e segunda Assembleia de Jovens.
IV Assembleia Internacional de Mulheres
Com o lema “Semeadoras de lutas e esperança, pelo feminismo e pela soberania alimentar”, mulheres camponesas da América, África, Ásia e Europa realizam nesta quinta e sexta-feira, 6 e 7 de junho, sua IV Assembleia Internacional de Mulheres,onde denunciarão o modelo neoliberal e capitalista como os principais responsáveis por aprofundar as discriminações e as violências contra as mulheres. Durante a Assembleia, as participantes farão o relançamento da campanha mundial “Basta de Violência contra as mulheres”, desenvolvida há quatro anos pela Via Campesina.
Para ler o livro aberto com a história do movimento, clique aqui.
Para mais informações, acesse: http://viacampesina.org/es/