Lula mostrou estatura de estadista no discurso de segunda-feira, no lançamento do pré-sal…
Lula mostrou estatura de estadista no discurso de segunda-feira, no lançamento do pré-sal. Mostrou à nação o que está em jogo hoje no Brasil.
Lula colou na testa dos tucanos o rótulo de "adoradores do mercado". Lembrou que eles queriam "desmontar a Petrobrás".
Lula mostrou que não é preciso chamar a neo-UDN de "entreguista", como se dizia nos anos 50/60.
Basta lembrar que a neo-UDN tucana chamava a Petrobrás de "dinossauro, que precisava ser desmantelado".
Foi o que Lula fez em seu discurso histórico. Um discurso que não foi de improviso, mas cuidadosamente escrito para se transformar em um documento histórico.
E ainda há quem defenda a tese esdrúxula de que "não há diferença entre Lula e FHC". Se os tucanos tivessem ganhado em 2002, hoje provavelmente a festa do pré-sal seria no Texas, ou em Cingapura – na sede da empresa que teria assumido o controle da Petrobrax.
Os tempos do "pensamento subalterno", os tempos de tirar os sapatos para os Estados Unidos, esses ficaram pra trás.
Vejam como Lula – no discurso histórico – se refere àqueles tempos que não voltam mais:
"Estamos vivendo hoje um cenário totalmente diferente daquele que existia em 1997, quando foi aprovada a Lei 9.478, que acabou com o monopólio da Petrobras na exploração do petróleo e instituiu o modelo de concessão.
Naquela época, o mundo vivia um contexto em que os adoradores do mercado estavam em alta e tudo que se referisse à presença do Estado na economia estava em baixa. Vocês devem se lembrar como esse estado de espírito afetou o setor do petróleo no Brasil. Altas personalidades naqueles anos chegaram a dizer que a Petrobras era um dinossauro – mais precisamente, o último dinossauro a ser desmantelado no país. E, se não fosse a forte reação da sociedade, teriam até trocado o nome da empresa. Em vez de Petrobras, com a marca do Brasil no nome, a companhia passaria a ser a Petrobrax – sabe-se lá o que esse xis queria dizer nos planos de alguns exterminadores do futuro.
Foram tempos de pensamento subalterno. O país tinha deixado de acreditar em si mesmo. Na economia, campeava o desalento. O Brasil não conseguia crescer, sofria com altas taxas de juros, de desemprego, e juros estratosféricos, apresentava dívida externa elevadíssima e praticamente não tinha reservas internacionais. Volta e meia quebrava, sendo obrigado a pedir ao FMI ajuda, que chegava sempre acompanhada de um monte de imposições.
Além disso, não produzíamos o petróleo necessário para nosso consumo. Ferida, desestimulada e desorientada, a Petrobras vivia um momento muito difícil."