A greve dos bancários entra na terceira semana cada vez mais forte. Nesta segunda-feira (19), 12.496 agências 40 centros administrativos paralisaram suas atividades em 26 Estados mais o Distrito Federal.
A greve continua por tempo indeterminado e a culpa é dos banqueiros
O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, lembra a categoria está há vinte e cinco dias sem reunião de negociação com a Fenaban. “Nossa última reunião foi 25 de setembro, na qual apresentaram a contraproposta de redução dos nossos salários. Desde lá, fizemos assembleias em todos os sindicatos de bancários do País e todas recusaram a proposta apresentada. A partir do dia 6 de outubro entramos em greve e a partir desta data nosso movimento de indignação cresceu dia a dia”, afirmou.
Roberto ainda completou. “Durante todo este período sinalizamos para os bancos que queremos ouvir outra proposta e nada. Silêncio total do outro lado. Até quando vai isso? Até quando a sociedade vai ser atingida por um conflito inexplicável? Os bancários estão negociando com o setor da economia que mais ganhou dinheiro este ano. Todos sabem que eles podem corrigir o nosso salário pela inflação passada e ainda nos dar o ganho real que estamos pedindo. Por que não nos convidam para negociar? Com a palavra os banqueiros!”
Lucros elevados
Os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, resultado de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os clientes participam deste cálculo, com o pagamento de tarifas e prestação de serviços. De acordo com a Associação de Consumidores Proteste, as tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do país entre 2013 e 2015 cresceram até 169%. Segundo a pesquisa feita pela Fundação Procon, os juros do cheque especial atingiram em outubro média de 12,28% ao mês, a maior desde setembro de 1995. No mês anterior, a média estava em 11,9% a.m.
Fonte: Contraf CUT