Nesta quarta, tem novas mobilizações contra o PL 4330. Parlamentares estão recuados

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Petroleiros e várias categorias organizadas fecharam o cerco contra o PL 4330, que libera a terceirização para atividades-fim e acaba com direitos históricos da classe trabalhadora. Após levarem para as ruas cartazes e faixas estampando as fotos dos deputados que votaram a favor do projeto, os trabalhadores realizaram no último dia 15 uma grande mobilização nacional, denunciando para a sociedade que o PL na prática significará demissões em massa e precarização total das condições de trabalho.

A pressão surtiu efeito e fez os parlamentares recuarem. Os trabalhadores conseguiram excluir do Projeto o artigo que autorizava a terceirização também em empresas públicas e de economia mista. Com medo de novas derrotas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), suspendeu a votação dos demais destaques, que ficou para esta quarta-feira, 22 de abril, quando haverá novas mobilizações. A orientação da CUT e da CTB é não dar trégua e aumentar a pressão até nocautear o projeto, que traz de volta os tempos  da escravidão. “Se preciso, faremos uma greve nacional”, alertou o presidente da CUT, Vagner Freitas. 

Por que derrotar o PL 4330?

  • Seu emprego está em risco.Tudo pode ser terceirizado, inclusive as atividades-fim.
  • Mais calotes e precarização.A empresa contratante não terá mais qualquer responsabilidade com os trabalhadores terceirizados.
  • Liberação da quarteirização.A empresa terceirizada poderá subcontratar outras empresas.
  • CLT pra quê?Está autorizada a “pejotização”, empresas de uma pessoa só.
  • Adeus direitos!A representação sindical dos terceirizados será ainda mais fragmentada, fragilizando as relações de trabalho.

Se liga!

Em 2013, só no setor elétrico, 61 das 79 morte em acidentes de trabalho foram com terceirizados. Na Petrobrás não é diferente.Nos últimos 20 anos, foram 356 óbitos, dos quais 290 com trabalhadores terceirizados. Somente nos primeiros três meses de 2015, doze petroleiros perderam a vida em acidentes, dez deles, terceirizados.

Nas ruas e nas fábricas, parou geral!

Em todas as capitais do país e no distrito federal, os trabalhadores e movimentos sociais se mobilizaram contra o PL 4330. Os petroleiros cortaram a rendição nos turnos de várias unidades, realizaram operações padrão e atrasaram o expediente, atendendo ao chamado da FUP e de seus sindicatos. Em diversas capitais, os trabalhadores somaram-se às mobilizações dos movimentos sociais, ocupando as ruas por mais direitos, contra o retrocesso e em defesa da democracia e da Petrobrás.

Em São Paulo, 40 mil seguiram em passeata da  Zona Oeste até a Avenida Paulista, onde fica a sede da Firjan, principal apoiadora do PL 4330. No ABC, mais 20 mil metalúrgicos cruzaram os braços e ocuparam as rodovias, num protesto contra o projeto da escravidão. Recife, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e várias outras capitais foram tomadas por manifestações que reuniram milhares de trabalhadores. Em Salvador, diversas categorias pararam por 24 horas, interrompendo o transporte público e o expediente nas escolas e indústrias, fechando agências bancárias, lojas e empresas.

Veja aqui a cobertura completa das paralisações

Fonte: FUP