Negociações não avançam e petroleiros mantêm greve na Usina do Xisto

Em assembleia realizada no final da manhã desta terça-feira (06), na Sede Regional Sindical de São Mateus do Sul, os trabalhadores da Usina do Xisto (SIX) resolveram dar continuidade à greve por tempo indeterminado, iniciada no dia 1º de setembro.

O movimento completou seis dias e é causado pela imposição de uma nova tabela de turno pela Petrobras que reduz de oito para seis horas o período trabalhado no regime ininterrupto, mas que aumenta os dias laborados no mês e, consequentemente, diminui o número de folgas, causando prejuízos financeiros e para o convívio social e familiar dos trabalhadores.

A mesma carga horária mensal representa 18 dias de trabalho e 12 de folga no turno de oito horas; já na tabela de seis horas seriam 24 dias de trabalho para apenas 6 de folga.

Durante a assembleia, os petroleiros da SIX aprovaram uma tabela de turno de oito horas que geraria o menor impacto possível de horas extras em virtude do respeito ao interstício (intervalo) de onze horas. Esse modelo de tabela foi apresentado pela empresa durante as negociações com o Sindicato, mas posteriormente a Petrobrás recuou e impôs a jornada de turno de seis horas.

Negociações

Na segunda-feira (05) ocorreram tentativas de solucionar o impasse na sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, e no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Curitiba. Em ambas os representantes da Petrobrás não aceitaram a manutenção da tabela de oito horas. No entanto, as negociações seguem abertas.

Um grupo de quase vinte petroleiros da Usina do Xisto veio até Curitiba para acompanhar a audiência no MPT. Revoltados, os trabalhadores se queixam principalmente dos prejuízos sociais que a medida da empresa acarretaria. “A tabela de turno de seis horas prejudica o convívio familiar. O trabalhador teria um domingo de folga a cada 49 dias, aproximadamente. Um domingo apenas, não seria um final de semana inteiro, porque teria apenas um dia de folga entre as jornadas de trabalho”, reclamou o petroleiro Rafael Palenske. “Vai dificultar a vida social e a convivência familiar, inclusive irá repercutir contra os salários. Fizemos cálculos preliminares e vai dar uma redução de cerca de 20% nos salários, o que é um impacto muito forte para quem tem um orçamento limitado”, completou Claiton Paulo Ledur, que também trabalha na SIX.

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Fonte: Sindipetro-PR/SC