Negociação com montadoras termina sem acordo e metalúrgicos aprovam aviso de greve

Depois de 14 horas de negociação terminou, às 3h40 da manhã deste sábado, dia 11…





Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Depois de 14 horas de negociação terminou, às 3h40 da manhã deste sábado, dia 11, sem acordo a rodada entre a FEM-CUT/SP e a bancada patronal do Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – que representa as Montadoras). A razão é que não houve consenso sobre a proposta de aumento salarial reivindicada pela bancada dos trabalhadores, representada pela FEM. A negociação com a bancada por enquanto está suspensa.

Até agora a Federação firmou acordos salariais com as bancadas patronais que representam os setores de autopeças, forjaria e parafusos (Grupo 3), trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros e Fundição, que pagarão aumento salarial de 9% (4,29% de reposição da inflação, calculada pelo INPC-IBGE da data-base da categoria, 1º de setembro, e mais 4,52% de aumento real). “Este é o maior aumento real que conquistamos nos últimos 17 anos e representa 105,4%, ou seja, mais que o dobro da inflação. Não fecharemos acordos menores do que este”, salienta o presidente da Federação Metalúrgica cutista, Valmir Marques, Biro Biro.

Na sexta, a Federação assinou as Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) com estas bancadas patronais que têm a vigência de 1 ano (1º de setembro de 2010 a 31 de agosto de 2011).

7% são rejeitados e metalúrgicos do ABC aprovam aviso de greve nas montadoras

Os metalúrgicos do ABC que lotaram a rua do Sindicato neste sábado e rejeitaram os 7% propostos pelas Montadoras e aprovaram, por unanimidade, entregar nesta segunda (13) o aviso de greve para o Sinfavea. As empresas do Grupo 10 também não apresentaram qualquer proposta e já receberam o aviso de greve.

Até quarta-feira, quando o aviso de greve começa a valer, os trabalhadores farão atos de protesto e paradas da produção nas fábricas sob a orientação das Comissões de Fábrica e Comitês Sindicais. Após esse prazo, a categoria decidirá se entra ou não em greve.

“A luta será longa, pois o acordo está bem distante”, afirmou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre. “A decisão da assembleia é buscar os 9% dos outros grupos e também um percentual de abono a ser incorporado ao salário”, avisou. Ele lembrou que é necessário esperar dois dias para decidir a paralisação para que as empresas não recorram à Justiça.


Montadoras podem

Sérgio Nobre comentou que o País vive um momento extraordinário e que as Montadoras batem recordes de produção e têm condições de atender as reivindicações da categoria.

“Não pode só um lado ganhar, queremos crescer com as Montadoras”, prosseguiu o presidente do Sindicato. “Se as empresas nacionais são capazes de suportar os 9%, as Montadoras, que são multinacionais, também têm essa condição”, destacou o dirigente.

“Queremos os melhores salários”

“Um dos argumentos das Montadoras para não chegar aos 9% é que temos os melhores salários do País”, revelou Sérgio Nobre. “Mas se elas montadoras querem ser líder de vendas, querem ser as melhores, os metalúrgicos do AB C também querem os melhores acordos, os melhores salários e as melhores condições de trabalho”, ponderou. “Afinal, os recordes de produção também se devem aos esforços dos trabalhadores. Queremos crescer juntos”, destacou.

Sérgio Nobre disse que o interesse do Sindicato não é fazer greve e sim fechar um bom acordo. “A paralisação é importante porque cria um fato novo que pode fazer as partes voltarem a negociar”, concluiu.

Estão em luta cerca de 40 mil trabalhadores, 36 mil nas Montadoras e quatro mil nas empresas do grupo 10. 

Metalúrgicos de Taubaté aprovam estado de greve na Volkswagen e Ford

Os trabalhadores nas montadoras Volkswagen e Ford de Taubaté aprovaram o estado de greve nas empresas em assembléia realizada neste sábado, 11, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região.

O estado de greve foi aprovado pelos trabalhadores devido ao impasse nas negociações da Campanha Salarial 2010 com as Montadoras.

Após 14 horas de negociação que teve inicio na sexta-feira, dia 10, e terminou na madrugada deste sábado, às 3h40, não houve consenso com a bancada patronal do Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) sobre a proposta de aumento salarial reivindicada pela bancada dos trabalhadores.

A bancada patronal apresentou uma proposta de reajuste salarial de 7% que foi rejeitada na mesa de negociação pelos Metalúrgicos da CUT, e durante a assembléia os trabalhadores reafirmaram a rejeição da proposta em votação.

A assembléia conduzida pelo presidente do Sindicato, Isaac do Carmo, contou com a presença do presidente da FEM/CUT-SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), Valmir Marques da Silva (Biro Biro), e de representantes dos Comitês Sindicais e Comissões de Fábrica da Volkswagen e Ford de Taubaté.

Durante a assembléia o presidente Isaac destacou a dificuldade nas negociações com as Montadoras e ressaltou a importância da unidade dos trabalhadores neste momento da Campanha Salarial 2010.

“Vamos para a luta a partir desta semana, intensificando as mobilizações nas fábricas até que uma proposta que contemple os trabalhadores seja apresentada”, afirma o presidente Isaac.

“Tivemos reajustes que contemplaram os trabalhadores nas Autopeças e no Grupo 8, e não vamos abrir mão de um reajuste digno para os trabalhadores nas Montadoras, que no último ano tiveram sucessivos recordes de vendas e produção em nosso país”, disse também o presidente do Sindicato.

Nesta segunda-feira, dia 13, os Metalúrgicos da CUT entregam o comunicado de greve para a bancada patronal do Sinfavea, já que o estado de greve também foi aprovado em outras bases como no ABC, em São Carlos (Volks) e em Tatuí (Ford).]

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região representa 7.500 trabalhadores nas Montadoras Volkswagen e Ford.