Navio plataforma contratado pela Petrobrás despeja quase 8 mil litros de óleo no mar

 

Mais 6,6 mil litros de óleo, além dos 1,2 mil litros já recolhidos, vazaram do navio plataforma Cidade do Rio de Janeiro, na Bacia de Campos. A informação é da Petrobras, que confirmou este que é o segundo vazamento da unidade este ano. Em janeiro, um furo no casco da embarcação derramou 1,4 mil litros de petróleo no mar.

De acordo com a estatal, que retirou os trabalhadores da embarcação, o que causou o novo acidente foram trincas no casco do navio plataforma que pertence a empresa japonesa Modec, responsável por sua construção. A estatal também informou que sete embarcações estão no local recolhendo e dispersando o óleo.

O Cidade do Rio de Janeiro é uma plataforma do tipo FPSO (sigla em inglês para unidade flutuante de produção, armazenagem e transferência de petróleo). Nos tanques da plataforma é armazenada a produção que é transferida para navios que trazem o petróleo para o continente.

Com capacidade para extrair 100 mil barris de petróleo por dia, o navio-plataforma Cidade do Rio de Janeiro começou a operar para a Petrobras em 2007, mas está sem produzir petróleo desde julho de 2018, à espera de desativação.

O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF)Tezeu Bezerra, já havia alertado quanto aos riscos que unidades privatizadas representam para o meio ambiente e para os trabalhadores. Segundo ele, os riscos de acidentes são menores quando a operação é de responsabilidade da estatal que respeita as normas e  investe mais em segurança.

“A FPSO Rio de Janeiro opera em um campo da Petrobras, mas é uma plataforma privada”, explica o dirigente, concluindo que os acidentes “mostram a falta de compromisso do setor privado com a segurança”.

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CRDV), em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, é lembrada pelo dirigente como exemplo de empresa comprada pela iniciativa privada que prioriza o lucro e não tem compromisso com a segurança dos trabalhadores nem com a preservação do meio ambiente.

“O que a Vale trouxe para o país foram os dois maiores desastres ambientais já vistos, em Mariana e Brumadinho. E em Brumadinha foi registrado também o maior acidente de trabalho da história”, afirma Tezeu.

“É por isso que estamos lutando contra a privatização da Petrobras. Estamos  lutando para que este tipo de situação não aconteça mais em nosso país”, conclui o dirigente.

[Via CUT | Texto Marize Muniz]