Na Fiesp, trabalhadores pedem ‘Lula livre’ e revogação da reforma trabalhista

Trabalhadores de diversas categorias profissionais protestaram na manhã desta sexta-feira (10) em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na Avenida Paulista, contra a destruição dos direitos sociais e trabalhistas, pelo restabelecimento da democracia no país e em defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às eleições de outubro. “Lula é o candidato do povo e não é o (juiz federal Sérgio) Moro nem o (poder) Judiciário que vão decidir a eleição deste ano”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas. O Dia do Basta está sendo organizado pelas centrais sindicais e frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, com manifestações e paralisações em cidades do país ao longo da sexta-feira.

Para Freitas, as eleições deste ano serão as mais importantes para os trabalhadores nos últimos anos. “Essa é a eleição das nossas vidas. Nada vai adiantar fechar acordos trabalhistas agora, porque, se eles ganharem, vai estar ratificado o golpe e vão retirar todos os direitos conquistados. Precisamos eleger um Congresso compromissado com o povo trabalhador. E a vitória definitiva passa pela eleição de Lula”, discursou. 

O Dia do Basta reúne ações contra os principais problemas que afetam a população atualmente. O desalento, o desemprego, os salários baixos, a destruição dos direitos trabalhistas, o preço do gás de cozinha tão alto que muitas voltaram a cozinhar em fogões a lenha. E também contra a política de privatização do presidente Michel Temer (MDB-SP), que colocou à venda o patrimônio nacional.

O presidente da CUT ressaltou que o próximo governo deve revogar a reforma trabalhista, taxar as grandes fortunas e os lucros, impedir a reforma da previdência e trabalhar pelo desenvolvimento econômico do país, “que é o verdadeiro gerador de empregos”. “Escolhemos este local como um símbolo, porque a Fiesp patrocinou o golpe. Os empresários financiaram o golpe com o objetivo de retirar direitos dos trabalhadores. Vamos fazer rico pagar imposto. Não adianta só tirar pobre da miséria, tem de tirar dinheiro dos ricos”, disse.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que a ideia das mobilizações de hoje também é expor a agenda dos trabalhadores para o próximo presidente. “Essa é a nossa agenda básica para o próximo governo. Estamos levando a todos os candidatos. Não dá mais para aguentar o desemprego, as péssimas condições de trabalho, a deterioração da qualidade de vida, o alto custo dos produtos básicos”, afirmou. Para ele, os defensores da reforma trabalhista iludiram a população dizendo que geraria mais empregos, mas o resultado é mais desemprego e péssimas condições de trabalho.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, cotado para ser vice de Manuela D’Ávila antes da retirada de candidatura dela para ser vice de Fernando Haddad (PT), em caso de cassação do registro de Lula, exaltou a união em torno do ex-presidente.

“Hoje, 75% da população reconhece que a vida piorou desde o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. São milhões de desempregados e desamparados. Famílias que já tiveram melhores condições de vida, que puderam viajar e estudar, sem recurso para comprar um gás. É possível romper esse ciclo neoliberal em busca de um país mais igualitário com a união dos trabalhadores”, afirmou Araújo.

Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah disse que o povo brasileiro está sendo devastado pelo golpismo do governo Temer, “mas Lula está livre na mente da população”. “Mesmo preso ele é líder. E por que? Porque fez muito por esse país e tirou milhões da miséria”, afirmou. 

A ação na Avenida Paulista foi pacífica e terminou com uma marcha até a sede da Petrobras, na mesma região. Durante todo o ato, um grupo de policiais protegeu o sapo inflável que fica na sede da Fiesp, representando a recusa a aumento de impostos.

Ainda em São Paulo, os metalúrgicos do ABC iniciam as mobilizações às 5h, com uma assembleia no pátio da Mercedes-BenzBancários fecharam agências e servidores públicos, químicos, petroleiros e eletricitários também realizaram paralisações. No interior do estado e na Grande São Paulo, os trabalhadores dos transportes, ligados a sindicatos paralisaram as atividades da zero hora até às 8h da manhã. Os petroleiros de São Paulo atrasaram de turnos.

[Via Rede Brasil Atual]