Na contramão da história, governo insiste em abrir pré-sal para multinacionais

No início de janeiro, Rex Tillerson, presidente do Conselho de Administração da ExxonMobil…

Imprensa da FUP

No início de janeiro, Rex Tillerson, presidente do Conselho de Administração da ExxonMobil, esteve no Brasil para inspecionar o bloco BM-S- 22, do pólo de Tupi, onde a multinacional opera, se reunir com setores do governo e anunciar que o bloco pode ter potencial para produzir muito mais do que se imaginava à época em que foi leiloado. O BM-S-22 fica na área do pré-sal e é o único em que a gigante estadunidense é majoritária (a Petrobrás detem 20% desse bloco).

Enquanto as reservas petrolíferas no planeta diminuem e seu controle passa a ser cada vez mais exercido por empresas governamentais – invertendo o poder que existia nos anos 1970/80 das chamadas sete irmãs (que hoje se limitam a quatro empresas:

ExxonMobil, Shell, BP e Chevron), o governo brasileiro insiste em andar na contramão da história e manter os leilões de petróleo abertos à exploração internacional.

O impacto da descoberta do pré-sal é tão grande que atrai o interesse (e o lobby) dos maiores tubarões do capitalismo internacional. Juntamente com Tillerson, estiveram no Brasil no mesmo período o presidente executivo da BG, Frank Chapman, e do Conselho de Administração da companhia, Robert Williams. Os três disseram textualmente à ministra Dilma Roussef que “estão apreensivos com possíveis mudanças no marco regulatório".

A história de luta dos trabalhadores já mostrou muitas vezes que se grandes capitalistas são contra alguma coisa, muito provavelmente essa coisa é boa para os trabalhadores. E dessa vez não é diferente. Esses tubarões têm razão para se preocuparem. O pré-sal é do povo brasileiro e a população, cada vez mais, compreende a importância de lutar por esse patrimônio –independentemente da vontade entreguista de setores do governo.

Nossa luta continua, nas ruas, na Câmara e no Senado, articulando mobilização popular e luta parlamentar.

E não vamos desistir de construir um país soberano, dono de suas riquezase mandar os gringos de volta com as mãos abanando.