Na última sexta (06\03), o Sindipetro Bahia e a FUP, após deliberação da assembleia realizada pelos trabalhadores, paralisaram as atividades da Fafen por 24h. O ato foi contra a terceirização da operação que controla a chegada e saída de amônia (NH3), no porto de Aratu, importante e estratégica área de escoamento da produção da UN Fafen. A gerência executiva também passa por cima da lei, pois a Súmula 331 proíbe a terceirização na atividade.
Segundo o diretor da FUP e Sindipetro Bahia, Ubiraney Porto, a paralisação tem a adesão de toda a força de trabalho, próprios e contratados. Há pouco tempo atrás, o gerente executivo de Gás e Energia, desconsiderando os possíveis desvios no estoque, terceirizou o Terminal de Movimentação de Ureia (TMU), local de armazenamento do produto. A empresa que adquiriu os armazéns foi a Intermarítima, empresa já cliente da Fafen e que movimentava um volume de mais de 100 toneladas de ureia\mês.
Com a terceirização do TMU, a Fafen ficou sem ter onde armazenar ureia no porto e foi obrigada a alugar os galpões da Intermarítima, numa misteriosa operação que só beneficiou a Intermarítima, que é cliente da Fafen e ao mesmo tempo controladora dos estoques da Petrobrás. O fato lembra a máxima popular de “colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”.
A gravidade não para ai, pois não satisfeito com a terceirização do TMU, o gerente executivo quer terceirizar também o Terminal Marítimo de Amônia (TMA), que armazena 20 mil toneladas de amônia e bombeia 850 toneladas por hora para o navio, por ocasião do carregamento. Este gerente, agindo de forma arbitrária e inconsequente, quer de qualquer maneira “entregar” o TMA.
O produto amônia (NH3), diferente da ureia, é um produto tóxico e asfixiante e letal. Com a terceirização, a gerência executiva pretende retirar todos os técnicos de operação, do quadro próprio e qualificado, para colocar trabalhadores terceirizados e não qualificados para lidar com produto tão perigoso para a vida humana.
Sob alta pressão o produto pode vazar e causar impactos incalculáveis ao meio ambiente e atingir comunidades vizinhas ao porto, como Caboto, Ilha de Maré, Ilha das Fontes e a praia de Inema, onde a presidente Dilma gosta de passar férias, e, claro, causar a morte de moradores e trabalhadores.
Segundo Ubiraney Porto, os trabalhadores da Fafen estão dispostos a resistir a essa iniciativa nefasta que reduz postos de trabalho próprio, colocando em xeque a credibilidade da Fafen, tanto diante da sociedade como aos órgãos de controle ambiental.