Diferentes entidades da sociedade civil farão nesta terça-feira (5) um ato de mulheres pela democracia e contra o golpe. Sarau e atividades culturais estão marcadas para ocorrer na Praça Roosevelt, na região central da capital paulista, a partir das 17h.
Estarão presentes, entre outras, a Frente de Mulheres do Hip-Hop, a Liga de Mulheres do Funk, Luana Hansen, Sharlaine, Preta Rara, Marta Baião e Mal Amadas: Poética do Desmonte, a grafiteira Nenesurreal, o Quinteto Amigas do Samba, as atrizes Maria Casadevall e Ana Petta, além do bloco Ilú Obá de Min.
“Somos contra o impeachment porque ele representa um golpe. Na verdade o que há é uma disputa de poder. As ações de setores da direita, além de serem um ataque à democracia, por não aceitarem os resultados das últimas eleições, são também manifestações de discriminação e machismo que visam destituir do poder a primeira mulher que governa o país e não cometeu nenhum crime”, explica a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins Batista.
O ato é convocado pelo Comitê de Mulheres Pela Democracia e Contra o Golpe, formado por entidades como a CUT e a Marcha Mundial de Mulheres. De acordo com a organização, a pauta central é a defesa do mandato legítimo e democraticamente eleito da primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, rechaçando tentativas de um golpe de estado que possivelmente promoverá retirada de direitos.
“Vivemos atualmente uma crise política e sociocultural da maior gravidade, que pode se converter em um golpe político e jurídico-midiático contra a vontade da maioria da população brasileira, expressa nas últimas eleições (…) compreendemos que é o momento das mulheres se unirem em defesa do projeto de inclusão social e em especial, defender e ampliar as conquistas das mulheres”, afirma a organização, via redes sociais.
Em entrevista à TVT, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Ana Lúcia Firmino, explica a importância da mobilização das mulheres para defender a democracia. “Nós, mulheres, que ajudamos a eleger nossa presidenta, temos um papel importante nessa conjuntura. Até porque dentro da pauta conservadora do Congresso, existem projetos retrógrados a luta das mulheres. Nós temos que ir às ruas lutar para que não aconteça o golpe.”
Ana Lúcia afirma que a presidenta Dilma Rousseff sofre com o machismo, um exemplo disso, diz a secretária, é a capa da revista IstoÉ, que ataca Dilma. “Se um homem fosse presidente não haveria a capa de uma revista com aquele rosto, o que representa um desrespeito para nós mulheres. Ainda somo um país machista, patriarcal, por isso não aceitam.”
A dirigente destaca ainda que a mídia tradicional é uma das protagonistas da atual conjuntura política. “Eles fazem uma lavagem cerebral na população, e isso não aceitamos. Eles desconstroem tudo o que foi feito no país, em termo de realizações e conquistas sociais.”
Também estão marcados, para esta terça-feira, eventos de mulheres pela democracia no Circo Voador, região central do Rio de Janeiro, às 18h, e na Praça Orlando de Barro Pimentel, na cidade carioca de Maricá, às 15h.
Fonte: com informações da CUT e da Rede Brasil Atual