Na terça-feira, 08/03, muitas mulheres receberão flores, bombons e felicitações pelo Dia Internacional das Mulheres. Não é esse o propósito da celebração: 8 de Março não é uma data comercial. Sua origem é operária e socialista. É um dia de dar visibilidade às lutas pela emancipação das mulheres. É um dia de celebrar as conquistas por igualdade de direitos e de denunciar a opressão e a violência, que interrompem as vidas e os sonhos de milhões de mulheres pelo mundo afora.
O 8 de março é, portanto, um dia de luta contra as desigualdades estruturais do sistema capitalista. Uma luta que remonta ao início do século 20, quando operárias dos Estados Unidos e da Europa realizaram inúmeras greves e mobilizações por condições dignas de trabalho e pelo direito ao voto.
Os movimentos impulsionaram a 1ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em 1907, com a presença de importantes intelectuais marxistas da época, como Alexandra Kollontai, Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, que defendiam a unidade internacional na luta pelo voto feminino.
Um incêndio, em março de 1911, revelou as condições desumanas de trabalho a que eram submetidas as mulheres de uma fábrica têxtil em Nova Iorque. 125 operárias, entre 13 e 23 anos, morreram. Várias mobilizações de mulheres por condições dignas de trabalho e direito ao voto eclodiram ao redor do mundo.
Na Rússia, uma greve das tecelãs de São Petersburgo, em 08 de março de 1917, desencadeou as mobilizações daquele ano que levaram à Revolução. As internacionais socialistas tornaram a data símbolo das lutas feministas. A partir de 1922, o Dia Internacional das Mulheres passou a ser celebrado em 8 de março, que foi oficialmente reconhecido pela ONU em 1975.
Para saber mais sobre essa história, acesse o Núcleo Piratininga de Comunicação, que produziu a cartilha “A Origem Socialista do Dia da Mulher”, com texto de Vito Giannotti e Claudia Santiago e ilustrações do cartunista Carlos Latuff.
[Da imprensa da FUP]