Propostas serão encaminhadas ao Congresso dos Metalúrgicos. Luta é pela autonomia feminina a caminho da igualdade…
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
As mais de 350 participantes do Encontro das Mulheres Metalúrgicas realizado na última sexta-feira (27) na Sede do Sindicato aprovaram um plano de luta com inúmeras propostas de ação visando a plena autonomia feminina a caminho da igualdade entre homens e mulheres.
As demandas sociais serão encaminhadas para inclusão nas convenções coletivas. E um abaixo assinado vai percorrer as fábricas exigindo a aprovação da proposta de emenda constitucional ampliando a licença maternidade para 180 dias.
Além dos 180 dias, os outros eixos do Encontro foram mais saúde, o aumento do número de mulheres na categoria e creche para todas as crianças.
Ana Nice, coordenadora da Comissão de Mulheres do Sindicato, classificou o encontro de muito positivo.
“Fizemos uma reflexão das ações desenvolvidas pelo Sindicato voltadas às mulheres metalúrgicas e definimos propostas de políticas afirmativas para a mulher trabalhadora que serão apresentadas no Congresso da categoria a ser realizado em novembro”, disse.
Ela destacou que uma pesquisa será realizada sobre a situação da mulher na categoria que vai subsidiar as propostas do Congresso.
A dirigente parabenizou a presença das metalúrgicas no Sindicato. “Quem tem de fazer a diferença somos nós, participando das assembleias, plenárias e encontros do Sindicato da mesma forma como fazem os homens”, avisou.
Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, comentou que o Encontro foi uma deliberação do 2º Congresso das Mulheres, realizado em março do ano passado. “O encaminhamento das decisões da categoria é importante para o fortalecimento da nossa união e organização”, comentou.
Ele lembrou que nas eleições do mês passado o número de diretoras do Sindicato dobrou, passando de 13 para 26. “Essa é uma forma de produzir novas lideranças. Quanto mais as mulheres ocuparem os espaços, mais lideranças femininas vão aparecer”, afirmou.
Para Sérgio Nobre, as demandas foram apresentadas, debatidas e aprovadas. “A solução, agora, depende das mulheres assumirem essas bandeiras”, concluiu.
Algumas das propostas aprovadas
– Construção de grupos de mulheres nas fábricas.
– Realização de cursos de qualificação para mulheres.
– Negociar com as empresas o financiamento de cursos de qualificação e de escolarização.
– Combater as discriminações na hora da contratação.
– Expandir o programa Empresa-Cidadã para todas as empresas da categoria.
– Desenvolver política para que as contratações garantam cota de 30% de mulheres.
– Exigir das empresas um olhar social diferenciado para as mulheres.
– Garantir que a licença maternidade de 180 dias faça parte de todas as convenções coletivas.
– Desenvolver ações de combate a todas as práticas discriminatórias da mulher no trabalho.
– Garantir creche em todas as empresas.
– Garantia da aceitação de atestados médicos de filhos para abonar faltas ou horas de ausência no trabalho.
– Garantir postos de trabalho ergonômicos para todas as trabalhadoras, inclusive para as trabalhadoras com afastamento-saúde.
– Aceitação, por parte das empresas, dos atestados médicos do SUS.
– Plano de carreira prevendo a ascensão de mulheres nos postos de supervisão e direção.
– Contratação de médicas, enfermeiras, fisioterapeutas e psicólogas para as equipes de saúde.
– Incentivar as empresas a aderirem ao Programa Pró Equidade, que busca garantir igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nas empresas e nos locais de trabalho.