MST protesta em 12 estados contra cortes no orçamento da Reforma Agrária

A jornada de lutas do MST, que cobra do governo federal a realização da Reforma Agrária e o fortalecimento…

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A jornada de lutas do MST, que cobra do governo federal a realização da Reforma Agrária e o fortalecimento dos assentamentos, realizou protestos em 12 estados, nesta terça-feira (11/8). Foram ocupadas sedes do Ministério da Fazenda em quatro estados e superintendências do Incra em três estados.

 
O MST exige o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos.
 
"A nossa jornada de lutas denuncia os cortes do Ministério da Fazenda no orçamento da Reforma Agrária, cobra o descontingenciamento dos investimentos e exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas no país pelo Incra", afirma o integrante da coordenação nacional do MST, José Batista de Oliveira.
 
A ações também exigem a atualização dos índices de produtividade, intocados desde 1975, e investimentos para o fortalecimento dos assentamentos na áreas de habitação, infra-estrutura e produção agrícola. Parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003 e 45 mil famílias foram assentadas apenas no papel.
Protestos contra os cortes
 
Em Brasília, mais de 3000 trabalhadores rurais do MST e da Via Campesina ocuparam o Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios. Na segunda-feira, os trabalhadores rurais chegaram em Brasília, onde ficarão acampados até dia 20.
 
Em Belém, 850 trabalhadores do MST ocuparam a delegacia do Ministério da Fazenda, depois de sete dias de marcha de 200 km, do município de Irituia até a capital do estado, pela rodovia Belém-Brasília.
 
Em Curitiba, cerca de 400 Sem Terra ocuparam a representação do Ministério da Fazenda, no centro da cidade. Em frente ao Incra, estão acampados mais 100 trabalhadores rurais, na luta pela Reforma Agrária.
 
Em Cuiabá, cerca de 1.200 trabalhadores de diversos movimentos sociais do campo atuantes no Mato Grosso, com apoio político da CPT, do Centro Burnier Fé e Justiça e Assembléia Popular, ocuparam o prédio da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda.
 
Em São Paulo, os 1000 marchantes do MST, que chegaram ontem à cidade após uma caminhada de 100 km, fizeram um protesto em frente à delegacia do Ministério da Fazenda (ao lado da estação de metrô Luz) para denunciar a política econômica do governo federal, que impede a realização da Reforma Agrária.
 
Em Porto Alegre, cerca de 1000 trabalhadores e trabalhadoras da Via Campesina montaram um acampamento, na manhã desta terça-feira (11/8), no pátio do Ministério da Fazenda.
 
Em Florianópolis, 400 trabalhadores do MST fizeram protesto em frente à delegacia do Ministério da Fazenda.
 
Atos em defesa dos assentamentos
 
Em Salvador, cerca de 400 integrantes do MST ocuparam a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em protesto contra os cortes do orçamento da Reforma Agrária e em defesa do assentamento das 28 mil famílias acampadas em todo o estado.
 
No Ceará, cerca de 1.500 mil pessoas estão mobilizadas em todo o estado. Em Fortaleza, Sem Terra ocuparam o Incra, na Avenida José Bastos. No município de Caucaia, foi ocupada uma fazenda improdutiva. Foram realizados protestos em órgãos públicos em diversos municípios.
 
Em Petrolina, cerca de 150 famílias do MST ocupavam a sede do Incra, no Sertão do Estado, para fortalecer as reivindicações da marcha estadual. No primeiro dia da marcha, 2.500 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Pernambuco caminharam 12 km da cidade de Pombos, no Agreste Pernambucano, até o município de Vitória de Santo Antão. Na chegada a Vitória, foi realizado um ato publico no centro da cidade com panfletagem e exposição de fotos dos 25 anos do MST.
 
Em Maceió, cerca de 600 agricultores de várias regiões de Alagoas chegaram pela manhã para se somarem às mobilizações da jornada nacional de lutas. No Estado de Alagoas, marcado pela concentração fundiária e pela superexploração da mão-de-obra do campo na monocultura da cana-de-açúcar, são contabilizadas hoje 5.890 famílias acampadas organizadas pelo MST.
 
No Mato Grosso do Sul, divididos em duas colunas, 850 Sem Terra iniciaram uma marcha no sábado, que chegará sexta-feira à capital Campo Grande. Com o lema "Terra, Trabalho e Soberania", a 6ª Marcha Estadual alerta sobre necessidade da Reforma Agrária para a construção de uma alternativa à crise econômica.
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